terça-feira, 23 de junho de 2015

Grexit e o status quo dos actuais líderes europeus!

A crise grega esconde alguns fenómenos que os meios de comunicação convencionais não tem sabido ou conseguido explorar. Se parece óbvio que nenhum país defende a exclusão da Grécia da moeda única (à excepção da Rússia e eventualmente da China por motivos geoestratégicos), não tem sido tão óbvia a preocupação dos líderes europeus para que o Syrisa não saia como o grande vencedor deste diferendo.


O Syrisa está posicionado na extrema-esquerda, tendo inspirado inúmeras forças políticas europeias. A coragem em enfrentar potências económicas associada ao sucesso dos seus resultados eleitorais mostraram aos partidos similares que podem ambicionar a vitória eleitoral nos seus países.
Se a obtenção do acordo no Eurogrupo for entendido como uma vitória do Syrisa, a extrema-esquerda europeia ganhará uma energia extra com impacto incerto nas eleições nacionais. Isso significaria que muitos dos actores políticos europeus, teriam o seu lugar ameaçado, comprometendo os actuais equilíbrios políticos na União Europeia.

Arriscar numa saída da Grécia da Eurozona seria muito perigoso para o futuro da Europa. Mas arriscar numa vitória do Syrisa grego não é menos perigoso para o status quo dos actuais líderes políticos europeus.

Logo, perspectiva-se um acordo político-económico vantajoso para a Grécia mas com vitória mediática para a União Europeia. A maior incerteza é se o ego dos dirigentes gregos e a recente ambição de poder das extremas esquerdas europeias, deixará que isso aconteça!