terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Estado-nação ou "Estado-empresa"?
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
E porque não acabar com o 1 de Maio?
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Preso por ter cão, preso por não ter, ou a esquizofrenia da opinião “pública”.
Preso por ter cão, preso por não ter, ou a esquizofrenia da opinião “pública”.
O “pênalti para as bancadas” do Sr. Presidente da República tem algo de tragicômico, pois profetiza o que a opinião “pública” ridiculariza: ao terminar um mandato, um político fica na miséria.
“Se um ex-político volta a exercer atividade profissional no setor privado, então obviamente que é corrupto: o tráfico de influências irá obrigatoriamente existir quando (enquanto) o seu partido voltar a estar ligado (ficar) no poder.” Lembram-se do que se escreveu acerca de Jorge Coelho?
Concordo que não gostaria de ver um Presidente da República na posição de assalariado de uma empresa privada. Não pelo “raciocínio” acima mas porque considero que seria desprestigiante para as nossas instituições (No entanto, não me repugna que ministros e secretários de estado o façam). Por isso, as nossas leis prevêem que os antigos presidentes tenham direito a um espaço físico, secretária e motorista para poderem continuar a exercer condignamente a sua cidadania. Concordemos ou não com as suas posições, assim o têm feito o Gen. Ramalho Eanes, o Dr. Mário Soares e o Dr. Jorge Sampaio.
A capa do DN de ontem, com o subtítulo “Regalias” é, portanto, um suicídio coletivo. Ao tratarmos esta questão como regalias imerecidas, insinuando-se cleptomania, estamos a afugentar as pessoas mais capazes da política.
Este tipo de remunerações “ex post” é comum noutros cargos públicos que exigem independência e imparcialidade, tais como dirigentes de entidades regulatórias ou diretores de jornais. Infelizmente, também é comum a sua condenação em praça pública.
No primeiro caso, é desejável que as entidades regulatórias setoriais sejam dirigidas por pessoas sérias com conhecimentos específicos da área. Torna-se, portanto, necessário contratar profissionais muitas vezes vindo do sector privado. Mas estas posições são temporárias. Como garantir que este profissional vai ser isento com as empresas que, muito provavelmente, o irão contratar quando terminar o mandato? Continuando a pagar o salário durante dois anos, ficando essa pessoa impedida de exercer atividade profissional nesse setor durante o mesmo período. O mesmo é válido em caso de demissão (voluntária ou não).
No caso de diretores de jornais, este mecanismo permite a um diretor ter a liberdade de expressão necessária numa democracia. (Lembro- me do caso do Sérgio Figueiredo, mas não encontrei nada no estatuto do Jornalista nem na Lei de Imprensa que o referisse. Se alguém tiver a referência...) .
Estes esquemas de incentivos estão mal desenhados? Tem falhas? Então corrijam-se. Mas não linchem quem respeitou as regras do jogo que lhe foram oferecidas.
João Mergulhão
PS: existe uma petição a exigir a demissão do Sr. Presidente da República. Parece que já tem 20.000 assinaturas. Recordo que em 23 de Janeiro de 2011, mais de dois milhões de pessoas assinaram uma petição para que o Prof. Cavaco Silva fosse PR por cinco anos. Mas sobre a democracia destas “assembleias populares” escreverei outro dia...
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Lusitanos? Sim já o fomos!
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Os interesses da comunicação ou falta dela...
A comunicação ou falta dela, entre jornalistas e políticos assim como outras entidades como sejam instituições cientificas, e’ como disse o João Mergulhão num post recente do Dinamizar Portugal, um problema bem velho!
Por exemplo, em ciência, o problema da distorção da mensagem cientifica pelos media e’ dos mais ‘velhos’ problemas estudados por académicos que se dedicam ao estudo das relações entre ciência e sociedade. Todos sabemos que existe uma tendência para simplificar a mensagem de ciência genuína para ciência ‘popular’, o que resulta muitas vezes na ‘degradação’ da própria mensagem. Jornalistas culpabilizam cientistas por estes falarem uma linguagem incompreensível recheada de jargão cientifico; cientistas culpabilizam jornalistas pela sua falta de formação em jornalismo de ciência e bases cientificas; sociólogos falam de ambiguidades na distorção e dizem que os limites entre o que e’ genuíno e distorcido tem muitas vezes uso politico, i.e., existe um interesse na ambiguidade da mensagem por quem a produz, neste caso as instituições cientificas, no sentido de obterem determinado resultado (muitas vezes financiamento). E se isto e’ realidade para a ciência, o que direi eu da politica.
Ora, podemos perguntar, será que os jornalistas portugueses estão a passar a mensagem distorcida por falta de conhecimento ou entendimento da matéria, ou por conveniência de alguns? Vejamos o que se passou há dois dias no jornal Publico com a noticia sobre uma comparação do numero de contratados pelo actual e antigo governos, desmentida no dia seguinte pelo mesmo jornal. Ora, no final de contas, ficamos sem saber nem números, nem fontes de informação, nem qual ‘e afinal a verdade. Caso para se perguntar, o porque deste ‘mau’ jornalismo? Então não deveriam ser os próprios jornalistas a fazer o ‘trabalho de casa’ antes de publicar tais noticias infundadas? O será isso resultado de um jogo de interesses?
E são estas as mensagens que são passadas ao publico, sejam elas verdadeiras ou falsas! E ‘e delas que resulta maioritariamente a opinião publica.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
O umbigo lusitano
O mesmo acontecimento, dois títulos, duas interpretações da mesma realidade:
i. Bolsas europeias sem ouvidos para a S&P
ii. Cortes de ratings já estavam nos preços, afirmam analistas
O primeiro é de um jornal de referência português. O segundo é de um jornal de referência brasileiro.
Esta discrepância na análise da realidade fez-me lembrar o Natal de 2010. Por essa altura, os meus amigos da banca em Londres comentavam: “A probabilidade de Portugal fazer default (e, por conseguinte, sair do euro) é de 20%”. Os meus amigos da banca de Lisboa rebatiam: “Que exagero!! alguma vez isso (apocalipse financeiro) vai acontecer? “. O mais engraçado é que, já nessa altura, os meus amigos de Bruxelas explicavam: “O que está em causa é mais do que o Euro: é a própria União Europeia!”
Três meses depois, esta era a capa da Economist.
Mas este não é mais um post da já clássica maldicência portuguesa: todos os meus amigos citados eram portugueses...
João Mergulhão
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Comunicação: a má, a boa e a social
As nomeações dos gestores e os merceeiros
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Harmonia e Improvisação
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Vender barato é crime?
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Aventais aos molhos
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Oferta e Procura em Chicago
Amanhã voo para Chicago para participar na conferência anual da American Economic Association e da Allied Social Science Association (as ASSA meetings). Participarei na conferência apresentando um trabalho de investigação meu (um trabalho empírico sobre política monetária), mas parte substancial do meu tempo em Chicago vai ser dedicado a outra actividade. Em conjunto com outros colegas meus de Warwick, a universidade onde lecciono e faço investigação, vou passar várias horas num quarto de hotel a entrevistar jovens economistas que estão a concluir o seu PhD em universidades que estão espalhadas pelos quatro cantos do mundo. É que as ASSA meetings são de facto o mercado internacional onde os novos investigadores em economia (os PhDs) e as universidades de todo o mundo participam num jogo de oferta e procura. Um jogo que serve a emparelhar novos PhDs com ideias de investigação frescas e departamentos de economia de todo o mundo que procuram jovens investigadores e docentes.
Warwick e centenas de outras universidades recrutam todos os anos neste mercado de trabalho (o job market) novos PhDs. Ao mesmo tempo, os PhDs destas mesmas Universidades participam no job market mas do lado da oferta. Este processo de emparelhamento entre oferta e procura garante uma mutua fertilização das universidades com ideias de pesquisa e novas energias. E este processo garante que as universidades que participam activamente no job market permanecem na fronteira da pesquisa. Quais são as universidades que participam neste mercado? Como vos disse, são centenas de universidades dos quatro cantos do mundo. Mas infelizmente, com algumas notáveis excepções, são poucas as universidades em Portugal que participam neste mercado internacional. Dar mais autonomia às universidades portuguesas para recrutar e promover a excelência na investigação é urgente. Seria bom se daqui a cinco anos, houvesse várias universidades portuguesas que participam regularmente nas ASSA meetings!
Paulo S. Monteiro
(comentários bem vindos)