Quando em 2010, decidimos criar um blog,
eu e o José La Palice tínhamos consciência do que nos rodeava. Na blogosfera
havia muitos blogues que seguíamos. Alguns blogues eram isentos mas outros
estavam alinhados com partidos, movimentos ou grupos de interesse. Com a entrevista do Fernando Moreira de Sá à revista Visão, temos agora a confirmação
de que havia uma espécie de instrumentalização das redes sociais como forma de
apoio politico a um determinado candidato.
Se alguns bloguistas tomavam as suas
posições em consciência (e eu conheço alguns), outros eram uma espécie de
marioneta partidária de uma estratégia que poucos conheciam mas que muitos
apenas não queriam ver.
Estas novas formas de fazer politica
vieram para ficar e alteraram profundamente os mecanismos tácticos dos
partidos. Os partidos não são mais grupos alargados de pessoas com os mesmos
ideais. Há nos partidos uma revolução cibernética que transformou as mensagens
em imagens e a realidade em cusquices mediáticas. Antigamente, os partidos
tinham uma mensagem e o desafio era dar a conhecer o seu teor e seduzir o maior
número de votantes. Hoje, os partidos testam as mensagens e as imagens nos
sites, blogues e webpages, seduzem os opinion makers e os bloguistas, tentam
domar os militantes e descredibilizam os opositores dessa mesma forma.
É uma forma de fazer política pela
negativa, através do uso maciço das novas formas de comunicação. Os partidos
são publicidade, marketing e informática. Deixaram de ser filosofia, cidadania
e politica.
Na rádio e na televisão comenta-se o
comentador porque não há mensagens ou argumentos políticos para comentar,
analisam-se as imagens porque os manifestos não têm qualquer interesse,
confunde-se direita com esquerda porque a lógica é dividir para reinar e não
pensar para governar.
Estas novas estratégias são arriscadas,
muito arriscadas. Em primeiro lugar porque é difícil mantê-las no tempo e em
segundo lugar porque são perversas para os próprios partidos face a uma
qualquer empresa de comunicação.
Nem sempre o que parece optimo no curto
prazo, se revela uma estratégia sustentável mas a pressão mediática e politica
para aumentar votos é muitas vezes perversa para a estabilidade politica do
país e para a própria classe politica.
Alguns bloguistas foram promovidos a
governantes, outros optaram por se manterem na sombra mas os blogues passaram a
ser centros de recrutamento de recursos politicos.
O desafio para quem escreve em blogues é
grande. Cada um escreve o que quer mas alguns escrevem apenas aquilo que a sua
consciência permite. Aqui no Dinamizar Portugal ninguém fala pelos restantes e
ninguém censura opiniões. Temos contribuidores de direita, de esquerda e alguns que não gostam de politica. Mas
temos sobretudo pessoas que escrevem a pensar na eficiência do país e no
Bem-Estar-Social dos portugueses. Podemos escrever muito ou pouco mas não
fazemos parte de nenhum estratagema partidário....e assim queremos continuar!