As Promessas - José Malhôa |
Está visto que a Regionalização vai voltar a ser a
Bandeira eleitoral do PS para as próximas eleições legislativas. À falta de
soluções para o futuro de Portugal, o PS vai recorrer a uma temática antiga e
fracturante para incentivar os seus apoiantes a irem às urnas.
Não é que a regionalização não possa ser um tema
eleitoral mas haverá outros assuntos por ventura menos sexy e talvez mais
importantes que vão ficar na gaveta:
- Quais as funções do Estado?
- Como reformular o financiamento dos partidos políticos?
- Qual o futuro da União Europeia e outras
instituições onde Portugal participa como a CPLP?
- Como sustentar a elevada divida pública
portuguesa?
- Porque nunca se descentralizou e se optou por
centrar recursos no litoral?
- Como resolver o problema demográfico do país?
- O deficit
tarifário da energia pode ser resolvido?
- Como valorizar os produtos e serviços
portugueses no estrangeiro?
Todas estas temáticas seriam pertinentes em
campanha eleitoral mas nenhuma delas consegue ser tão fracturante como a
Regionalização. O PS sabe que a prisão preventiva do seu último
primeiro-ministro é ainda muito recente junto dos eleitores e, à falta de
interesse próprio em se comprometer com políticas económicas diferentes
daquelas que a coligação PSD-CDS tem utilizado, tem de optar por uma terceira
via política. A opção pelo tema da regionalização é um risco controlado, que
ocupa tempo de antena, faz as delícias dos comentadores, distrai os eleitores
e, sobretudo, permite ao PS, em caso de vitoria eleitoral, a margem de manobra
que deseja para tomar medidas semelhantes às do actual Governo.
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