segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Qual o custo de um refugiado?

Nos últimos dias tenho-me envolvido em algumas discussões com amigos sobre o custo de um refugiado. O tema, aparentemente normal no quadro de economias com recursos escassos e com necessidades de fazer escolhas mais parece tabu, pelo menos pelo incómodo que a sua discussão causa a algumas pessoas.
Mas, mesmo que não se fale dos custos, a verdade é que eles existem.

A economia tem de se conseguir abstrair momentaneamente dos aspectos emocionais para avaliar e quantificar os custos e benefícios de todas as políticas, incluindo o acolhimento de refugiados.
Falar do custo dos refugiados não significa que não os queiramos acolher ou que sejamos menos compreensivos para os dramas que enfrentam. Não significa ainda que sejamos de direita ou de esquerda, religiosos ou agnósticos. Falar e discutir custos significa sermos realistas e racionais.
Qualquer custo é possível desde que tenhamos verbas para o suportar. Mas isso implica quantificação, análise e discussão das opções, avaliação e decisão.


Não querer discutir custos de questões sociais tem sido um dos reais problemas do país. Todos gostamos de receber subsídios, de auferir meses de salários adicionais, adoramos vangloriar-nos com rendimentos sociais de inserção ou outras prestações adicionais. O problema ocorre quando a factura nos chega (e a factura acaba sempre por chegar). Geralmente, apenas nessa ocasião pretendemos arranjar culpados embora nessa altura já pouco se possa fazer: Ou pagamos ou incumprimos o pagamento (há ainda os que preferem refinanciar-se mas algum dia não o conseguirão mais fazer).

Por isso, os custos devem discutir-se desde o momento inicial e não no fim da linha, mesmo que sejam os custos (mas também os benefícios) de acolher refugiados.