segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Como responder à Grândola Vila Morena, com style?


A canção Grândola Vila Morena tornou-se a maior ameaça politica para os membros do Governo. Representa uma arma popular e um risco mediático que certamente os membros do Executivo gostariam de evitar ou, pelo menos, saber reagir. Por isso, atrevo-me a dar uma sugestão: responder com o Gamgnam Style do PSY.

Imaginem que em plena sessão plenária na Assembleia da República, as galerias voltavam a cantar em uníssono a "Grândola Vila Morena". O primeiro ministro ou outro membro do Governo teria de suspender o seu discurso para aguardar que a policia retirasse os autores dos distúrbios do hemiciclo. Em alternativa ao coro de segunda voz desafinado do Ministro Miguel Relvas, como poderia o Governo responder?

Nesse momento, a presidente da assembleia faria de DJ e colocaria a tocar a musica Gamgnam Style. Em jeito flash mob, todos os membros do Governo e dos partidos da maioria se colocariam de pé e iniciariam a coreografia da musica do rapper Sul Coreano, deixando incrédulos manifestantes, media e partidos da oposição.

Ambas as musicas são criticas politico-economicas separadas por algumas décadas e não vejo qualquer problema na resposta musical.
Muito provavelmente nada disto acontecerá e não seremos motivo para abertura de noticiários no mundo inteiro (o que poderia até ter um impacto turístico muito significativo)!! Mas fica a sugestão politico-mediatico-musical para uma resposta criativa e de modernidade coreográfica!


Eis um exemplo do potencial resultado:






17 comentários:

José Lapalice disse...

Ontem o tio Marcelo, nas suas conversas para as famílias, disse que um dos problemas do que aconteceu no ISCTE é que não tenham estado presentes umas dezenas de estudantes da JSD.
Talvez a ideia dele fosse que esses estudantes em resposta também cantassem algo para abafar a Grândola.

Nuno Vaz da Silva disse...

Quem sabe!!! :)

José Lapalice disse...

Para mim, se há quem mereça apoio por parte do PSD, é o Relvas. De longe o melhor ministro do Governo. Com tantos ministros incompetentes, PM incluido, consegue atrair para si (qual super-íman) toda a contestação.

Pedro Antunes disse...

Há algo que me apoquenta nestes cânticos (mesmo que os cantos fossem tão espontâneos como se quer fazer querer):

1. "O povo é quem mais ordena", diz a canção. Tendo uma esmagadora maioria dos portugueses votado em três partidos signatários da Troika (dava mais de 80% não era?), parece-me um pouco a despropósito utilizar esta canção para ir contra um governos que está a implementar exatamente isso. Mesmo quando um dos partidos se acobarda a meio caminho.

2. Cantar, ou perturbar as sessões no hemiciclo do parlamento é inaceitável. É uma forma de pressão sobre os deputados que não se coaduna com um estado democrático. Enquanto houver legitimidade democrática deste parlamento, este tipo de perturbações são uma atitude fascista e demonstram um desrespeito pelas instituições democráticas do país e povo que as elegeu.
Querem derrubar o governo? Tudo bem! Em democracia há mecanismos para esse efeito e nenhum passa por oprimir os deputados.

3. Salvo Relvas, os membros do Governo têm agido bem. Calam-se, esperam que a ordem seja reposta (no parlamento expulsando, fora dele os manifestantes calando-se), para depois continuarem com o seu trabalho. Os cânticos, fora do hemiciclo, são tão inofensivos para o governo como os partidos que, subrepticiamente, os organizam.

Claro que depois há aqueles comentários acéfalos de alguns manifestantes, quando afirmam que "se ele está a perturbar a minha educação eu vou perturbar o sono dele". Isto é incoerente a vários níveis... mas o mais óbvio é: se o governo é tão insensível ao sofrimento do povo (o que quer que isso seja), então ainda mais é para um conjunto de pirralhos do BE e PCP a incitar uns cânticos de uma muito apreciada música de um ainda mais apreciado artista português.

Gostava de ver o governo a responder como propões, Nuno! Como sempre disse pode-se brincar com tudo... até com atitudes anti-democráticas por parte da extrema-pseudo-esquerda-fascista que por aí anda... e se calhar era a melhor resposta!

Nuno Vaz da Silva disse...

O que mais me incomoda é que 20 pessoas a cantar é mais do que suficiente para aparecer numas noticias. Ou os noticiários são contra o governo e então têm de o assumir ou então são longos demais e não têm conteúdo.
Não sei se será bom ou mau jornalismo até porque os cidadãos deliram com este tipo de noticias sensionalista mas algo está errado na nossa sociedade mediática.

Para além disso é bem mais fácil criticar do que apresentar alternativa e aí todos os partidos da oposição têm falhado.
Estes cânticos assemelham-se à "ameaça Costa". Finge que avança, os seus apoiantes fazem barulho, aparecem nas noticias e retiram-se sem dignidade por terem pouca representatividade!

E é de lamentar porque precisávamos de facto de alternativas para que o Governo fosse mais eficiente!

José Lapalice disse...

1- O que as pessoas votaram não corresponde ao que está a ser feito. "Não iremos aumentar os impostos" - aumentaram-se impostos. "Iremos fazer reformas estruturais" - onde é que elas estão?? Etc, etc, etc

José Lapalice disse...

Os factos desmentem que as pessoas que votaram PSD tenham votado no que está a ser implementado:
http://www.youtube.com/watch?v=iANucts4juo.

José Lapalice disse...

é estranho é como há tantas pessoas a chocarem-se tanto com os que protestam no parlamento e fora dele, e não se chocam de igual forma com um ministro das finanças que passadas 8 semanas (8!!) de um orçamento entrar em vigor, anuncia que afinal o valor do decréscimo do PIB vai ser o dobro. O dobro. E mesmo assim, ceteris paribus, não vai ser -2%, vai ser -3 ou -3,5%.

Imagino que isso não seja para essa gente um desrespeito às instituições democráticas portuguesas.

Pedro Antunes disse...

Nuno, claro que os noticiários são contra o Governo! Seja ele qual for! Faz parte do "ser jornalista" por cá. É mau, mas é o que temos.

Lapalice,

1. Cherry picking é o refúgio do demagogo.
2a. Ninguém te garante que eu, ou o Nuno, não nos choquemos com as previsões do governo, mesmo antes de eles as terem alterado.
2b. Como toda a gente sabe, a previsão não tinha 8 semanas, tinha mais.
2c. Quem faz previsões a única coisa que sabe é que vai falhar nas mesmas, só um néscio é que pensará o contrário.

José Lapalice disse...

1. isto não é cherry picking. é pumpkin picking. não são detalhes.
2a. mas eu pessoalizei a questão?
2b. eu falei da entrada em vigor do orçamento.
2c. só um néscio pode achar satisfatória a situação em que um ministro da Finanças diga que a recessão vá ser de -1%, quando todas as outras pessoas dizem que vai ser pelo menos do dobro. Errar é humano. Mas o Vitor Louçã é humano muitas vezes e por uma grande margem. Mas haverá sempre idiotas úteis a defender estas pessoas.

Pedro Antunes disse...

1. o problema é o "picking" e não a dimensão do objecto.
2a. Se não era pessoalizado então caiu um pouco fora de âmbito, não?
2b. Mais "picking".
2c. De acordo... e então? Qual é o teu ponto?

José Lapalice disse...

O meu ponto é que este governo pura e simplesmente devia ser demitido. Por ser incompetente, por ser mentiroso, por estar a destruir um país.

Mas sei que o sr. Silva não se interessa nem um pouco pelo país para tomar uma medida dessas, pois anda preocupado em descobrir "de" e "da" em leis com 8 anos.
Demitir este governo e dizer ao PSD e CDS para proporem outras pessoas ou criar um governo de iniciativa presidencial.

E qual é o teu ponto? Dizer " e então" e criticar quem protesta na AR?

Pedro Antunes disse...

O teu ponto pode ser válido ou não, mas este governo é legitimo e pode continuar até ao fim do mandato, concordas?

Quanto ao PR estamos de acordo no geral, mas não me parece que seja legitimo este dissolver um parlamento de maioria absoluta que suporta o governo. Não concordei quando Sampaio o fez, e pouco gostavam menos de Santana que eu, não concordaria se Cavaco o fizesse.

Governos de iniciativa presidencial, ou de unidade, são aberrações, especialmente quando o governo tem o suporte da maioria.

Eu disse "e então" à tua afirmação, porque não tem conteúdo. Critico quem protesta na AR porque é uma forma ilegítima de protesto e pressão sobre os meus representantes legitimamente eleitos. É especialmente ilegítimo porque não é expontâneo. Já os protestos cá fora acho normal e legítimo... mesmo quando não expontâneos e promovidos por um partido stalinista que, de acordo com a nossa própria constituição, não devia existir.

José Lapalice disse...

O facto de os deputados serem eleitos por 4 anos, não significa em Portugal que seja ilegítimo o Presidente da República demitir o Governo se isso for necessário para "assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas".
Aconselho a leitura desta página: http://www.presidencia.pt/?idc=1.

Ps: as maiorias foram obtidas há mais de ano e meio. A política é algo dinâmico e não algo com espaços em branco de 4 anos.

Pedro Antunes disse...

O PR tem esse poder e pode fazer uso dele nos limites da Constituição. Só nesses casos é legitimo.
Não vejo base suficientemente forte para dizer que este governo não assegura o regular funcionamento das instituições democráticas, até por ser um governo de maioria absoluta (ver artigo 195º-2).
Aconselho a leitura da constituição, que diz o mesmo mas que é uma fonte de informação mais correcta do que o "site" da presidência.

As legislaturas são para durar 4 anos, salvo nos casos descritos na constituição - que devem ser excepções. Os mesmos são irrelevantes do ponto de vista prático, com excepção do artigo 195º, numa situação de maioria absoluta. Mais uma vez a leitura da Constituição, neste caso específico o Títulos III e IV.

José Lapalice disse...

Com tão sólido conhecimento da Constituição, esquisita a confusão entre os conceitos do que é legítimo e ilegítimo.
Afinal parece que se sabe bem o que é legítimo ou não, mas de forma demagógica manda-se para o ar a ideia de que é ilegítimo o PR demitir o Governo.

Pedro Antunes disse...

Como eu escrevi: não considero legítimo um PR dissolver uma AR ou destituir o PM quando existe uma maioria absoluta que a controla ou o suporta. Daí ter escrito que não vejo base para o exercício desse poder de forma legitima... e se calhar o PR também concorda.

Demagogia é querer destituir um governo porque não se concorda com o que este está a fazer, independentemente e em total desrespeito pelas instituições democráticas.