As noites eleitorais são sempre recheadas de episódios que ficam na memória de quem se interessa por estes assuntos. A de ontem não foi excepção por vários motivos dignos de registo:
- O discurso de derrota de Sócrates. Um verdadeiro case-study de como se sai do poder derrotado mas em auto-elogio, com demasiado tempo de antena, mantendo o amor ao teleponto e preparando a corrida presidencial de 2016. Não fosse a pergunta sobre processos judiciais da jornalista da rádio renascença e teria sido a saída perfeita!
- A abstenção...sempre a abstenção. Todos sabem que grande parte dos portugueses não se identificam com os políticos nem com a política que temos. Também todos sabemos que os cadernos eleitorais pecam por excesso. Não é ainda novidade que este problema existe em período eleitoral e fora dele. Então, porque falamos tanto da abstenção em períodos eleitorais e não se faz nada para a combater fora das campanhas ou da noite eleitoral? Ou consideram os políticos que este é um problema sazonal?
- O hino português cantado a solo por Passos Coelho. Não sei qual foi o estratega que achou uma boa ideia colocar o Presidente do PSD na posição constrangedora de cantar o hino sozinho no palco antes de dar a palavra aos jornalistas (péssimo timming, péssima imagem televisiva). E, para não haver dúvidas, breves momentos após esse solo, eis que o hino é cantado de novo em pleno Marquês de Pombal, passando nas televisões os dotes líricos do futuro primeiro-ministro. Terá sido a demonstração que o tango já lá vai e que agora temos canto à capela?
- A gafe de António José Seguro. Convocou os jornalistas para falar e acabou por não dizer nada de relevante. Ou quis ganhar tempo de antena ou arrependeu-se de anunciar a sua corrida à liderança do PS na noite da derrota. Pior ainda, depois dos jornalistas terem pré-anunciado que António José Seguro os tinha convocado e após nada ter dito, um repórter perguntou-lhe “se não tem nada para dizer, porque quis falar com os jornalistas?”, tendo obtido a seguinte resposta “eu não quis falar, vocês é que quiseram falar comigo”… não começa bem este candidato a candidato…
- Os resultados anunciados na Tv. Não ouvi ninguém falar sobre este tema e espero sinceramente que o problema seja meu ou da minha televisão: não percebi os resultados segmentados por Distrito que as estações de televisão apresentaram em rodapé (para não falar dos gráficos em 3Ds de impossível compreensão). Uma confusão de informação visual que me fez ter saudades das noites eleitorais da década de 90…pouco tecnológicas mas muito perceptíveis! Uma questão para as Direcções de Informação das TVs reflectirem!!
1 comentário:
O ponto alto? Quando a porta de vidro se abate sobre a jornalista da tvi
Ah sôr Socras....esperou mas foi!
Hugo
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