quarta-feira, 15 de abril de 2015

Falta-nos o sumo da democracia!


Os motores eleitorais dos partidos começaram a funcionar a todo o vapor. Os candidatos posicionam-se, aparecem os cartazes, há negociações de bastidores e muita contra informação. Mas falta o mais importante, faltam as ideias, propostas, projectos e estudos. Falta o sumo da democracia!

A política moderna é feita de muitas movimentações, lobbies, conhecimentos e jogo de cintura mas a democracia assenta na melhoria da condição social dos eleitores. Sem ideias nem propostas, a politica seria a redutora e ignóbil actividade de captar e gerir o poder, sem impacto social.
Com o país saído recentemente de uma profunda crise financeira, os partidos estão indecisos entre propor medidas expansionistas ou medidas de contracção económica, principalmente por não terem ainda estudos de mercado que identifiquem qual o sentido de voto expectável face às potenciais orientação partidárias.


Para a coligação PSD-CDS,  a identificação do rumo político será mais simples, por ser o incumbente e por poder invocar os fantasmas da governação socialista pré-troika.
Já o PS tem um dilema sério. Se optar por propostas expansionistas, conseguirá captar votos à esquerda mas colocará em causa votos do centro, fundamentais para ganhar eleições em Portugal. Pelo contrário, se a opção for por medidas de contracção, o programa será similar ao da coligação da governação e perderá votos ao centro e à esquerda, arruinando o sufrágio eleitoral.

O atraso do PS na definição de propostas, não se deve à ausência de ideias nem à estratégia de gestão da agenda eleitoral. Deve-se tão somente à dificuldade na opção pelas medidas a submeter aos eleitores.

Assim, arriscando uma previsão de propostas, o programa do PS será um misto de medidas expansionistas moderadas com políticas inócuas mas com força social relevante. Entre as medidas expansionistas estarão políticas de combate ao desemprego jovem, o regresso do programa novas oportunidades, o reforço do rendimento social de inclusão, o relançamento do plano tecnológico e o apoio ao empreendedorismo. Quanto às politicas inócuas, a mais provável de ser relançada é a regionalização por ser fracturante e esquerdista mas cujo impacto social da eventual não aplicação é, como já vimos anteriormente, irrelevante.
Seja como for, discutir candidatos e cenários não chega. Precisamos do sumo da democracia para discutir eventuais alternativas e fazer justificar a eleição a quem merecer esse mérito!

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