quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Espeleólogos, vinde a Lisboa!

Lisboa é uma cidade cheia de surpresas! Bares, restaurantes, lojas, feiras e crateras! Não, não estou a confundir crateras com as galerias romanas da baixa pombalina. Quando falo em crateras, refiro-me a buracos de grandes dimensões que ocupam pavimentos rodoviários e pedonais por essa Lisboa fora.

Fala-se muito em captação de turistas e na qualidade de vida do habitante da cidade. A autarquia tem inúmeros programas de apoio às actividades turísticas, aos empreendedores e aos habitantes mas parece ter-se esquecido que pavimentar as ruas e impedir acidentes é também uma atribuição autárquica.


Não falo naqueles buracos que surgem com as chuvas e que só podem ser solucionados com o fim do Inverno. Falo em autênticas grutas que condutores e cidadãos enfrentam todos os dias há vários meses (ou anos) nos mesmos locais e que a autarquia prefere não ver. Mas o problema maior é para o transeunte que passa pelas grutas ocasionalmente e que não conhece o terreno acidentado. Qualquer distracção é suficiente para rebentar um pneu, ter um acidente, sofrer um despiste, atropelar um peão.

Uma capital europeia deveria ser conhecida pelo seu cosmopolitismo, pela sua gastronomia ou pela sua luminosidade. Mas, quando um tuk-tuk cai num buraco e o turista dá um salto na cadeira ou quando um taxista enfurecido tudo faz para acertar em todos os buracos de uma rua, Lisboa passa a ser reconhecida pelo seu terreno lunar e pelas emoções que desperta ao nível de um qualquer passeio todo o terreno.

De nada serve o anúncio pomposo de linhas de crédito milionárias para pavimentação das ruas antes das eleições. A espeleologia deve ser uma actividade turística, sem qualquer dúvida! Mas que o seja em Mira de Aire ou em qualquer outro solo calcário. Deixemos o solo alcatroado e calcetado sem estalactites nem estalagmites!

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