sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Se é assim na campanha, como será se/quando forem Governo?

A campanha eleitoral do PS revela a falta de preparação dos líderes e das estruturas partidárias para os mais simples actos das suas vidas políticas, ou seja, concorrer a umas eleições.


Os erros grosseiros dos cartazes do PS não são apenas um problema de publicidade ou um erro de Marketing. Depois de um estudo económico que poderia ter sido usado como trampolim para uma nova ordem política nacional, o PS fez quase tudo mal: o líder não consegue ser eloquente, a mensagem está desadequada, os recuos quanto a Sampaio da Nóvoa denotam pouca consistência, e as bases parecem duvidar que o PS ganhe eleições e, por consequência, que António Costa seja o líder capaz de carregar os "boys" às costas.


Mas o problema que o PS enfrenta é comum a outros partidos que, reféns de uma estrutura amadora e com deficit de formação politica, ficam à mercê de 2 ou 3 voluntários partidários experientes em campanhas onde se agita a bandeira mas sem sumo político. Mesmo a coligação que tem a vantagem do incumbente, cometeu erros com a escolha do nome, com a decisão do slogan e até o timing dos anúncios.



A política é diferente do partidarismo e isso vê-se nos mais básicos erros que os portugueses identificam de imediato e dos quais fazem troça nas redes sociais. O erro do cartaz com a senhora desempregada há 5 anos não está na mensagem (que está péssima mas que é uma decisão partidária). O erro está no membro do PS que redigiu a mensagem para o publicitário e que provavelmente não sabe que as legislaturas têm uma duração de 4 e não 5 anos. Como o erro do cartaz "vindo do além" não é apenas do publicitário mas dos decisores partidários que não conseguiram interpretar a potencial reacção do público através da análise visual da maquete.
As campanhas políticas são profundamente amadoras, embora esporadicamente se contratem publicitários que sabem realmente do assunto. Mas nem sempre o líder ou os seus seguidores dão espaço de manobra ao publicitário porque acham que sabem mais do que os restantes de política quando na prática, apenas sabem abanar bandeiras. A sensibilidade politica é algo difícil de aprender e parece estar em vias de extinção nas máquinas partidárias.



A rapidez da agenda mediática não permite grande atenção aos detalhes e é normal que surjam erros, tal é a urgência em marcar a posição junto do eleitorado. Mas o PS, este PS parece mais amador do que seria de esperar para um partido que quer(ia) ganhar eleições.

No actual cenário político, como é possível publicarem cartazes de leitura difícil, com inúmeras cores, com mensagens erradas e de forma atabalhoada?

Se é assim na campanha, como será se/quando forem Governo?


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