A notícia do Jornal de Notícias de 4 de Agosto é no mínimo alarmante: "Todos os dias há 62 novos portugueses falidos a pedir ajuda à DECO". Como consumidora, sinto-me assustada com o rumo que o país leva. Há já algum tempo que algumas Juntas de Freguesia tomaram a iniciativa de promover cursos de gestão de finanças pessoais, prevendo que uma situação de crise generalizada iria ter um impacto bastante negativo nas magras bolsas dos portugueses. Não sei o que a DECO pensa desta proposta, mas valeria a pena começar por educar a população para a poupança.
O português gasta sempre mais do que ganha e quer sempre consumir acima das suas capacidades financeiras. Esta questão é tanto mais grave quando os índices de poupança tendem a diminuir e os de consumo a aumentar. O consumo impulsiona a economia, mas, quando este é excessivo, cria situações de endividamento e conduz ao caos generalizado.
Gosto de comprar roupa, sapatos, cosmética, livros, discos, filmes e mais uma série de coisas, mas sacrifico muitas despesas em prol da poupança e do investimento seguro, pois esse equilíbrio é fundamental para dormir descansada, sem pensar que amanhã posso não ter dinheiro para comer!
O facilitismo no acesso ao crédito tem sido o grande responsável por este consumismo desenfreado. Os saldos que começavam no final de Agosto já terminaram, depois de sucessivos meses de crescentes promoções, que vão até aos 70%! Hoje em dia, durante todo o ano, temos descontos, muitos deles por fidelização, que são eles próprios um incentivo ao consumo.
Parece incrível que perante um cenário de contenção, corte nos rendimentos, aumento de preços e desemprego a política de consumo continue a ser leve 3, pague 2 e peça emprestado ao banco!
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