Confesso que sinto alguma simpatia com as profissões mais tradicionais e com os saberes de outras gerações. Não se aprende economia apenas nas cadeiras das faculdades nem nos livros da especialidade. Uma simples ida ao mercado ou à lota pode ser uma verdadeira lição de economia elementar. A lei da oferta e da procura está espalhada por todo o lado e o custo de oportunidade é uma realidade em cada negócio.
Qualquer comerciante sabe que tem pelo menos dois negócios distintos: A compra e a venda. Vender muito e a bom preço não é portanto sinónimo de prosperidade nem mesmo de lucro (a compra pode ter sido desastrosa). E sabe também que pode investir e endividar-se se tiver crédito e se o conseguir regularizar, o que implica que os cash-flows da sua actividade gerem fundos suficientes para liquidar as dividas no prazo acordado.
Nesta simples analogia podemos retirar 2 ensinamentos básicos:
1- De que serve andarmos todos em pranto (apenas) quando se verificam taxas de decréscimo do PIB, se as dividas contraídas aumentam consecutivamente?
2- Se o Estado não previa ter cash-flows suficientes para liquidar as dívidas, porque apostou no endividamento como “solução” para o crescimento económico?
E ficam no ar duas "dúvidas existenciais":
1- Porque não preterimos indicadores como o crescimento económico em benefício de critérios de desenvolvimento?
2- Saberão os governantes, como sabem os merceeiros, que as dividas que assumem em nome do Estado algum dia terão de ser pagas, assim como os juros por elas gerados?
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