Andava eu no supermercado, algures entre o corredor dos detergentes e o das bebidas, a abastecer-me de mantimentos, quando reparei no livro “Economia Portuguesa, As Últimas Décadas”. Chamou-me a atenção o autor, Luciano Amaral, meu caro antigo professor de História Económica, porque o livro, esse, é pequenino e franzino. As últimas décadas são, de facto, um replicar dos últimos séculos. Com as devidas adaptações, foi mais do mesmo. Estamos endividados. Reza a história que a primeira dívida portuguesa teria sido o dinheiro prometido à Santa Sé por D. Afonso Henriques e que nunca lá chegou. Claro que na altura a ameaça era de excomunhão e não a vinda do FMI. Temos de adoptar medidas de contenção. Fizemo-lo vezes sem conta ao longo da história. Há uns anos atrás chamavam-se pragmáticas. Foram esquecidas quando se descobriu o ouro do Brasil, retomadas quando aquele acabou, novamente abolidas com a extracção de diamantes e necessárias mais uma vez… Deja vu?!
“Depois de um longo período de optimismo entre 1986 e 2000, o pessimismo sobre a economia portuguesa está de regresso” - pode ler-se na contra-capa do livro. Ciclos de optimismo e pessimismo: assim somos nós. Temos este comportamento bipolar: eufórico nos períodos de crescimento económico, em que quem aconselha previdência é chamado velho do Restelo (não obstante a idade que possa ter); depressivo e resignado nos períodos de crise, quando deveríamos estar a reunir as nossas melhores energias. Não se estranha num país que nasceu de um complexo de Édipo mal resolvido!
[Nota: artigo de opinião publicado na newsletter da Delegação Regional da Madeira da Ordem dos Economistas.]
“Depois de um longo período de optimismo entre 1986 e 2000, o pessimismo sobre a economia portuguesa está de regresso” - pode ler-se na contra-capa do livro. Ciclos de optimismo e pessimismo: assim somos nós. Temos este comportamento bipolar: eufórico nos períodos de crescimento económico, em que quem aconselha previdência é chamado velho do Restelo (não obstante a idade que possa ter); depressivo e resignado nos períodos de crise, quando deveríamos estar a reunir as nossas melhores energias. Não se estranha num país que nasceu de um complexo de Édipo mal resolvido!
[Nota: artigo de opinião publicado na newsletter da Delegação Regional da Madeira da Ordem dos Economistas.]
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