O fim de um ano é o terminar de um ciclo de doze meses e devia ser vivido com alguma calma e ponderação, terminando tarefas, concretizando projetos e abrindo espaço para o novo ano que se avizinha e onde há espaço para realizar novas ideias e responder a novos desafios.
Estamos a enfrentar um período de crise com consequências ao nível de sucessivos cortes nos rendimentos pessoais e aumento de impostos, para nomear os mais mediáticos. Contudo, o consumo parece estar no seu expoente máximo.
Por um lado, as empresas querem fechar as suas contas no final do ano com um saldo positivo e abrem mão das margens para obterem um maior número de vendas. Por outro, e embora haja de facto alguns bens ou serviços que ressentem a quebra no consumo, temos grandes superfícies comerciais de venda, como por exemplo, de eletrodomésticos, que apenas por fazerem descontos no valor do IVA têm um aumento exponencial das vendas, em alguns casos associada a uma rutura de stock.
O que é chocante no meio de toda esta situação é que o consumidor não está a ser racional nas suas escolhas, pois compra desmesuradamente artigos de consumo de que não necessita, ao invés de poupar para os tempos difíceis que se esperam.
O consumo é uma variável que impulsiona o crescimento da economia e, por isso mesmo, é incentivado das mais variadas formas. As expectativas racionais mostram-nos que os consumidores têm informação sobre alterações nas políticas monetárias e fiscais adotadas pelo governo e, como tal, antecipam-nas e agem de acordo com elas, neutralizando os seus efeitos, o que mostra que o governo não tem poder sobre os mercados. Assim sendo, parece-me pouco racional que os consumidores estejam, de certa forma, a ignorar o conhecimento que têm, em detrimento do consumo desenfreado motivado, ainda mais, pela época natalícia.
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