quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

País fica doente com aumento na saúde

Eu faço parte de um grupo especial de pessoas: o das que descascam completamente a banana antes de a começar a comer e ligam às palavras e seu significado.
Explica-me o Priberam que "moderadora" é aquela que modera. O mesmo Priberam dá-me diversos significados para "moderar". Um deles é "tornar-se comedido, ser prudente". Sempre achei que as taxas moderadoras cobradas na utilização do Serviço Nacional de Saúde (SNS) serviam, assim, para evitar que se corresse para o hospital ou centro de saúde «só por dar cá aquela palha». Parece-me que 9,6€ desincentiva qualquer um a ir ao Santa Maria porque enfiou uma farpa no dedo. Pessoalmente, sinto-me logo compelida a evitar hospitais com o cheiro a éter e a imagem das salas de espera, mas isso sou eu, que pertenço ao tal grupo especial de pessoas, portanto admito que possa ser necessário uma taxa para levar as pessoas a equacionar a sua real necessidade de «entupir» as urgências.
Esta semana, contudo, fiquei a saber que as taxas moderadoras não são aquilo que eu pensava que eram. São, afinal, uma forma de financiar o SNS. E eu, que, durante anos, julguei que para isso serviam os impostos... Um equívoco! É esta minha mania de ligar aos que as palavras significam. A propósito, "moderar" também pode querer dizer "restringir". Pois, é mais isso, é.

2 comentários:

Jose Lapalice disse...

O maior problema reside no facto de mais de um milhão de portugueses nem sequer ter um médico de família. Ou seja, os centros de saúde não têm nenhuma capacidade para responder à procura.
Ninguém gosta de ir a uma urgência de hospital por uma gripe ou uma farpa na mão, mas a verdade é que para muitos (principalmente do interior) é a única alternativa.
Quem tiver preocupado com os valores das taxas, e for saudável, torne-se dador de sangue que assim fica isento das mesmas.

V. disse...

Precisa de ter mais de 50Kg! Ah, e não ser homossexual confesso.