sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Dilema do prisioneiro revisitado nas autárquicas


No final do ano é habitual fazermos balanços e previsões para os tempos que se avizinham. No caso português, fazer balanços implica falar em austeridade e troika e o mesmo se passa com as previsões, com excepção de uma pequena nuance. As eleições autárquicas de 2013.

Geralmente os anos de eleições estão associados a períodos despesistas nas contas públicas. Subtilmente (e outras vezes nem tanto), o Governo é tentado a tomar partido dos seus militantes que concorrem a autarquias espalhadas pelo país. Da mesma forma, os autarcas que estão em funções e que se recandidatam, querem mostrar serviço aos eleitores e sucedem-se as obras, as festas, as aprovações e as publicações suportadas pelo orçamento e/ou pelo endividamento camarário.

Assim, em 2013 teremos um paradoxo da gestão pública. Por um lado a necessidade de reduzir custos e racionalizar os gastos correntes. Por outro lado, a necessidade de manter o status quo dos autarcas que se recandidatam através do aumento das despesas das autarquias.

Não será possível esticar a corda em ambos os sentidos e teremos um dilema politico nos primeiros 3 trimestres do ano. A forma como o Governo lidará com esta questão será o facto politico do ano pois colocará em causa não só os hábitos das ultimas décadas como criará clivagens partidárias com os candidatos do seu espectro politico.

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