No final do ano é habitual fazermos balanços e previsões para os
tempos que se avizinham. No caso português, fazer balanços implica falar em
austeridade e troika e o mesmo se passa com as previsões, com excepção de uma
pequena nuance. As eleições autárquicas de 2013.
Geralmente os anos de eleições estão associados a períodos
despesistas nas contas públicas. Subtilmente (e outras vezes nem tanto), o
Governo é tentado a tomar partido dos seus militantes que concorrem a
autarquias espalhadas pelo país. Da mesma forma, os autarcas que estão em
funções e que se recandidatam, querem mostrar serviço aos eleitores e
sucedem-se as obras, as festas, as aprovações e as publicações suportadas pelo
orçamento e/ou pelo endividamento camarário.
Assim, em 2013 teremos um paradoxo da gestão pública. Por um
lado a necessidade de reduzir custos e racionalizar os gastos correntes. Por
outro lado, a necessidade de manter o status quo dos autarcas que se
recandidatam através do aumento das despesas das autarquias.
Não será possível esticar a corda em ambos os sentidos e
teremos um dilema politico nos primeiros 3 trimestres do ano. A forma como o
Governo lidará com esta questão será o facto politico do ano pois colocará em
causa não só os hábitos das ultimas décadas como criará clivagens partidárias
com os candidatos do seu espectro politico.
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