segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Temos líderes ou carapaus de corrida?

A vida politica portuguesa vive-se nos jornais, no Facebook e nos ecrãs de televisão. Os comentadores discutem nomes, “queimam” candidatos e fazem exercer a sua influência pela capacidade de eloquência junto das massas.
Mas esta forma de viver a política que os próprios políticos permitem que aconteça rouba o espaço do diálogo, das negociações de corredor e da construção democrática. As escolhas políticas são as possíveis, limitadas pelas lutas de audiências e moldadas pelas resistências sociais de uma elite mais esclarecida que não tem qualquer problema em se fazer ouvir e impor as suas regras em cada artigo, em cada comentário.
Claro que há elites e elites e há também cidadãos mais e menos esclarecidos. Mas há sobretudo políticos permeáveis à luta de comentadores e bases de apoio políticas ávidas de lugares, comissões de serviço, nomeações e atribuições.
A política contemporânea não é mais a luta ideológica pela melhoria do bem estar social. A politica moderna é a soma de um conjunto alargado de interesses pessoais e corporativos influenciados pelos barómetros de opinião.
Os cidadãos são os últimos visados por esta nova forma de ver a democracia vive do voto mas interpreta-o a seu belo prazer. Um voto é um voto e não mais do que isso. Dizer que um voto é de protesto ou é um voto útil pouco importa quando se contam espingardas.

Nesta importante época que definirá não só o futuro imediato do país mas também a sua sustentabilidade nos próximos anos, exige-se aos políticos, a todos os políticos, que sejam responsáveis com os seus actos mas também com as suas omissões. E sobretudo que não tenham receio de decidir pois os grandes líderes foram aqueles que tomaram posição, mesmo colocando em causa os interesses pessoais.
Será que temos esse tipo de líderes políticos capazes de assumir decisões ou estamos perante meros comissionistas que vivem da política mediática de curto prazo e decidem por sondagens?

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