Em dia de meia-final do
campeonato da Europa de Futebol, há muitos portugueses de olhos no ar a olhar
para os ecrãs gigantes e para as televisões instaladas nos espaços públicos.
Mas há mais ocorrências que do ar nos afectam directa e/ou indirectamente. Falo
das greves nos transportes aéreos.
Portugal é um destino de eleição
para o turismo na Europa. Tem bom tempo, cidadãos afáveis, preços competitivos
e infraestruturas turísticas de qualidade. Não tem furacões, não tem problemas
de terrorismo ou de extremismo, tem um sistema politico estável e gosta de
receber os visitantes.
Temos muitas vantagens
competitivas no sector do turismo que representam verdadeiras mais valias face
aos mercados concorrentes.
Se em alguns mercados lutamos por
conseguir obter vantagens competitivas, já em outros sectores de actividade,
optamos por colocar em causa a estratégia de um país no seu sector mais
competitivo. Quando os controladores de tráfego aéreo decidem marcar um período
de greve, não estão apenas a reivindicar melhores e maiores salários nem
melhores condições profissionais. Estão também a desbaratar dinheiro que o
Estado investiu em campanhas publicitárias, a promover a diminuição do PIB, a
ameaçar postos de trabalho no sector turístico e em todas as actividades que
dele dependem e estão a promover mercados turísticos em outros países.
Terrorismo sindical dirão alguns,
intransigente defesa dos interesses dos trabalhadores dirão outros. Não
querendo opinar sobre estas duas justificações ambíguas, parece-me que deveria
haver bom senso na marcação de greves, principalmente em datas e sectores estratégicos,
assim como deveriam existir limites de dias anuais dentro dos quais os
trabalhadores poderiam fazer greve. Da mesma forma, o Governo deveria intervir
sempre que as greves ameaçassem esses mesmos sectores estratégicos, por via de requisição
civil (mas essa requisição civil de nada serve se for efectuada na véspera do
dia da greve, como alguns meios de comunicação especulam no caso da greve que
se inicia a dia 29/6)!
Em sectores relevantes tem de
haver sinais claros das intenções do Estado, revelando coragem e determinação
em atingir os objectivos de desenvolvimento do país. Mas os sindicatos também deveriam
avaliar o número de postos de trabalho que são postos em causa quando decidem
agendar greves, principalmente em sectores que têm já condições salariais acima
da média num país que tenta atrair turistas e investimentos mas que opta por
lhe fechar portas através de “acções de luta sindicais” consecutivas!!
Sem comentários:
Enviar um comentário