sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A geração dos 475 Euristas

Quando me decidi a estudar Economia, algures em 1994 ou 1995, viviam-se tempos áureos para os jovens que terminavam os seus cursos nas áreas de Economia e Gestão das Universidades “prestigiadas”. Lembro-me perfeitamente de ler a Revista Exame com páginas e páginas (daquilo que hoje sei que é publicity) a contar as carreiras meteóricas da malta. Vem isto a propósito de um processo de recrutamento que me chegou ao e-mail. Em suma diz o seguinte:

“- empresa no sector da Avaliação e Gestão Patrimonial procura Consultor;
- principais funções passam pela identificação junto dos clientes, dos activos imobilizados, sendo que a posteriori fará a reconciliação desses imobilizados com os dados contabilísticos de forma a determinar qual o património real da empresa.

- Procuramos Candidatos: Licenciados em Economia/Gestão/Contabilidade; Bons conhecimentos de Excel (sendo valorizado conhecimentos em Access); Boa apresentação pessoal; Disponibilidade para deslocações a nível nacional; Carta de condução.

- Oferecemos: Integração em equipa dinâmica e prestigiada; Horário: 09h00-18h00 de 2ªa 6ª; Local de Trabalho: Lisboa/Outros; Vencimento Base Mensal : 475€ + 5.23 Subsídio de Alimentação Diário” 

Para quem tenha dúvidas da veracidade, o link está aqui.

Isto não é fantasia. Pior mesmo é, como me aconteceu a mim em 2005 e com um ano de experiência profissional, ser chamado (e ir) para uma entrevista numa empresa de tecnologias de informação (localizada em Oeiras), e o salário proposto ser 600 e poucos Euros. Pensava eu que por ser uma empresa desta área iria propor um salário competitivo e mandam à parede uma bosta daquelas. Por cortesia não refiro qual a empresa em questão, mas começa por O e acaba em E, e ainda tem letras como RACL. Ao menos neste anúncio são bem claros: licenciado em Economia com salário mínimo e subsidio de alimentação para um trabalho que implica ainda por cima deslocações a nível nacional. PQP!!!

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