Ontem, 1 de Dezembro, feriado, celebrou-se o dia da Restauração da Independência de 1640. Numa estimativa conservadora, julgo que se 20% dos portugueses conseguirem articular mais de duas frases sobre este dia já é muito. O facto de comparativamente se dar muito mais importância a datas como o 25 de Abril ou o 5 de Outubro é algo que me causa tremendo desgos….desprezo. São datas importantes sem dúvida, mas julgo que não é pelo facto de terem ocorrido há menos tempo (e estarem mais frescas na memória) que mereçam mais destaque que o 1º de Dezembro. Porque se usarmos o critério temporal, então devia-se esquecer essa data de há mais de dois mil anos, como é o 25 de Dezembro.
Num país que se preze, a celebração da conquista (ou reconquista) da independência é uma ocasião anual ímpar para unir o povo. Por certo, p.ex., Bilbau ou Barcelona conseguiriam fazer melhor que Lisboa.
Que não se tenha sequer conseguido fazer uma manifestação de jeito por ocasião da cimeira da Nato não me tira o sono. Que tenha ocorrido uma greve, mas manifestações na rua não se viram (grevistas devem ter preferido ficar a ver o Goucha em casa) já é indecente. Agora, que no dia da Restauração da Independência não tenha ocorrido nenhuma celebração formal ou informal (ou pelo menos com cobertura dos media, nomeadamente RTP ou RDP) é abjecto. Será que é mesmo inexorável de que só a bola consegue unir os portugueses??? É isto a que se resume o país onde nasci? Basta apenas uma variante do pão e circo romano para gerir a plebe?
Nota: É irónico que as notícias principais de ontem fossem relacionadas com a base aérea estrangeira no nosso território ou a expectativa acerca dos resultados de uma candidatura ibérica à organização de um campeonato mundial de futebol.
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