No final de Março, existiam mais de 819 mil
desempregados oficiais em Portugal. A taxa de desemprego em Portugal subiu para
14,9% no primeiro trimestre de 2012, um novo máximo histórico, que traduz um
aumento de 2,5 pontos percentuais face ao trimestre homólogo. Foi a subida
trimestral mais acentuada de que há memória, reflexo da recessão económica
provocada pelas medidas de austeridade que estão a ser aplicadas no país, em
troca de um resgate de 78 mil milhões de euros. Does it pay off?
O INE explica-nos que para este resultado
contribuíram, fundamentalmente, seis situações:
- "a diminuição de 130,6 mil empregados do sexo masculino, que explicou 64,2% da variação ocorrida no emprego total;
- a diminuição de 135,8 mil empregados dos 15 aos 34 anos, que explicou 66,7% da variação ocorrida no emprego total;
- a diminuição de 276,1 mil empregados com nível de escolaridade completo correspondente, no máximo, ao 3º ciclo do ensino básico;
- a diminuição de 102,1 mil empregados no sector dos serviços e de 91,0 mil empregados no sector da indústria, construção, energia e água;
- a diminuição de 152,1 mil trabalhadores por conta de outrem, dos quais 106,5 mil tinham um contrato de trabalho com termo;
- e por último a diminuição de 204,4 mil trabalhadores a tempo completo.”
Ao nível geográfico, a taxa de desemprego
aumentou em todas as regiões. O Algarve é de longe a região mais fustigada pelo
desemprego, com 20% da população activa a encontrar-se fora do mercado de
trabalho no primeiro trimestre. Seguem-se Lisboa, Alentejo e Madeira, com a
taxa de desemprego a aumentar para 16,5%, 15,4% e 16,1%, respectivamente.
Nas suas previsões mais recentes, o Governo
apontou para uma taxa de 14,5% em 2012. No entanto, está a ser feita uma
revisão dos métodos de previsão e deverão ser apresentadas novas projeções no
início do próximo mês.
Recordo saudosista quando era UW de Credit Life
e as taxas rondavam os 6%.Os números que o INE apresentou são absolutamente
dramáticos, sendo piores do que as piores previsões.
Estes números
colocam em causa a sustentabilidade da Segurança Social, nomeadamente na
atribuição dos apoios sociais. “Os números […] conhecidos estão em linha com um
conjunto de percepções do Governo mas o Governo já disse muito claramente que
em conjugação com o Ministério das Finanças, o Ministério da Economia e o
Ministério da Solidariedade e da Segurança Social estão neste momento a fazer
uma análise mais aprofundada destes mesmos números. Agora, para nós, o que é
fundamental é realçar que a protecção social existe sempre e ela tem que
existir nomeadamente de uma forma mais acrescida, em tempos de maiores
dificuldades”.
Convém
destacar que se torna iminente um real esforço do Governo no sentido de
estimular a criação de emprego e dar uma resposta efectiva ao acordo de
concertação social com os parceiros sociais que é muito importante e que permitirá
que se possa acumular em parte com o subsidio de desemprego com rendimentos de
trabalho, garantindo verdadeiramente que é mais fácil para as empresas
contratar mas, acima de tudo, que é mais fácil colocarmos no mercado de
trabalho muitas pessoas que hoje estão a receber subsidio de desemprego.
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