terça-feira, 2 de novembro de 2010

A "Depressão" da Economia Portuguesa: Causas e Perspectivas

Em 2003 concorri a um passatempo/concurso da Ordem dos Economistas denominado “Jovens Valores da Economia”. O meu trabalho (que não obteve qualquer reconhecimento por parte do juri) denominava-se “A depressão da economia portuguesa: causas e perspectivas”. Nesse trabalho, de cerca de 20 páginas, abordei alguns pontos que já então me preocupavam, nomeadamente qual o problema da nossa economia, quais os culpados, qual o futuro para a União Europeia e divagava sobre algumas perspectivas de futuro. Referia também a necessidade urgente de termos uma estratégia de desenvolvimento.
Vou-vos poupar ao texto na íntegra mas permitam-me deixar aqui um excerto da conclusão do mesmo que nos leva à reflexão sobre o que não evoluímos em 7 anos:


“(…)Parece-me pois que, embora Portugal não se possa dissociar da economia global e muito particularmente da economia europeia, existe um conjunto de políticas estruturantes que podem conduzir o nosso país numa tendência de desenvolvimento com vista ao aumento do bem estar social dos agentes económicos.
A depressão da economia actual deve-se não só à difícil conjuntura internacional mas também às deficientes apostas dos decisores políticos nacionais.
A existência de uma estratégia de desenvolvimento, complementada com políticas de rigor eficientes e objectivos de médio/longo prazo, é indispensável para o sucesso da economia nacional.
Em relação à construção europeia, os últimos episódios das divergências inter-países não nos deixa perspectivar um futuro auspicioso. Não serei tão pessimista a dizer que a UE irá ter o seu fim para breve mas para que isso não aconteça é necessário fomentar o debate ideológico sobre o dossier em questão.
(…) A economia política tem muito trabalho a desenvolver no futuro imediato. Não nos esqueçamos que o Estado tem de fazer escolhas económicas justas e eficientes para zelar pela racionalidade da afectação dos rendimentos. Poderá não ser uma tarefa fácil mas será seguramente muito mais difícil adiar essas medidas estruturantes para um futuro mais longínquo. Lembremo-nos que numa economia de mercado a celeridade pode ser decisiva para alcançar vantagens competitivas e, com elas, apostar em economias de escala e de diversidade, e obter os frutos que seguramente todos os Portugueses aguardam.


Passados 7 anos continuamos a ter deficientes escolhas por parte dos decisores públicos, sem estratégia de desenvolvimento no curto prazo (quanto mais em prazos mais alargados), o nosso futuro na UE é, mais do que nunca, uma incerteza, e não vejo maneira das grandes forças politicas compreenderem que este modelo económico em que nos arrastamos está, há muito tempo, obsoleto!

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