quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Portugal não é a Irlanda

Quando cada vez mais se vai ouvindo que Portugal não é a Irlanda, da parte que me toca só tenho que concordar. E apresentando uma perspectiva diferente, gostaria de abordar essas diferenças baseadas nas características culturais de cada país. Há cerca de 30 anos houve um investigador que estudou a forma como os trabalhadores de uma mesma multinacional norte-americana espalhada por inúmeros países no mundo têm características diferentes consoante a sua cultura.
Acho que a tabela é suficientemente auto-explicativa, mas em todo o caso faço uma pequena explicação sobre cada um dos pontos em análise.

1-  Aversão à incerteza: reflecte o modo como as pessoas estão confortáveis com situações em que é difícil prever o futuro. Quanto menor este valor, menos avessas à incerteza são;
2-  Masculinidade/Feminilidade: segundo o autor, uma cultura masculina assenta predominantemente em valores que incentivam a independência, agressividade, domínio e força física. Por outro lado, uma cultura feminina descreve uma sociedade que vê com bons olhos valores como interdependência, compaixão, empatia e abertura emocional;
3-  Individualismo/Colectivismo: é a dimensão que reflecte as tendências culturais que enfatizam mais a importância de satisfazer as suas necessidade pessoais, ou em alternativa aqueles onde o mais importante é a satisfação das necessidades do grupo;
4-   Nível de Formalidade: traduz a dimensão sobre até que ponto os membros de uma sociedade aceita diferenças no poder e no status entre eles;

Cada pessoa que faça a sua análise desta tabela. Mas é indesmentível que também nesta perspectiva Portugal é muito diferente da Irlanda. Aliás, dentro desta amostra, verifica-se que pelo menos em 1980 nós estávamos bem mais próximos de Espanha, Grécia….Chile. E conhecendo a evolução da sociedade portuguesa nos últimos 30 anos, não vislumbro que esta situação se tenha alterado de forma visível.

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