É inevitável! Depois do Natal, lá ouvimos a velha máxima: “o Natal devia ser todos os dias” (ou, na versão alternativa “quando o homem quiser”!)
Se aparentemente esse desejo pode parecer inofensivo, solidário e ternurento, analisado em detalhe talvez não o seja.
O Natal não é só estar em família, ir à missa do galo, reunir as populações em torno dos lumes comunitários nas aldeias e alguns doces. Essa é a história daquilo que já foi o Natal!
Hoje em dia o Natal é também sinónimo de prendas, consumismo, gastos supérfluos, muito lixo e reduzida produtividade.
Se o Natal fosse todos os dias haveria prendas diárias? Prateleiras constantemente vazias nos supermercados? Caixotes do lixo cheios eternamente? Pessoas sem produzirem a vida toda? Levantamentos no Multibanco como se não houvesse amanhã? (Apesar da “crise”, até dia 21/12, a SIBS registou 76 Milhões de movimentos na rede Multibanco, o que representou levantamentos de cerca de €4.000.000.000 (um crescimento de 4.3% em valor face a 2009).
Certamente que quem defende que o Natal devia ser todos os dias não pensou nisto. Mas se reflectirmos sobre o assunto, será que queríamos que tal acontecesse? Ou só dizemos isso por graça e por pensarmos na parte solidária e humana do Natal?
Ou seja, mantemos o ditado do passado mas no contexto do presente!
Felizmente (ou infelizmente) não me parece que racionalmente queiramos um Natal todos os dias! Eu não quero que o Natal seja todos os dias! Uma vez por ano é suficiente!
1 comentário:
Se o Natal fosse todos os dias, poderia significar que teriam nascido 365 Messias. O que convenhamos tiraria todo o élan.
Focando-nos na parte pior do que é actualmente o Natal (ie os gastos obscenos em "prendas"), acho que nem o bilião e tal de chineses conseguiria produzir a tralha toda para satisfazer a procura de um Natal em sessão contínua, dia após dia.
Enviar um comentário