terça-feira, 24 de abril de 2012

Acordar com informações financeiras na TV provoca insónia!!


Todas as manhãs, em todos os noticiários das estações de televisão generalistas, existem rubricas de informação sobre os mercados financeiros. Nesses momentos televisivos que uns descrevem como económicos e outros como financeiros, abordam-se as cotações de algumas acções, a evolução do preço do petróleo e alguns outros indicadores.

Embora sendo economista, esta informação noticiosa tem para mim um valor praticamente nulo. As noticias que são divulgadas nestes espaços informativos têm muito mais a ver com especulação do que com economia. Saber que a sessão bolsista iniciou com a cotação da EDP a subir 0.1% tem (pelo menos para mim) uma utilidade menor do que dizer que o autocarro da Carris tem 1 minuto de atraso ou que o preço das couves no mercado de Alvalade está a subir 75 cêntimos por causa da geada da semana passada.
Outra questão relacionada com esse espaço informativo é a tendência por recorrerem a apresentadores/ correspondentes/técnicos de empresas financeiras (não sei qual o termo mais adequado) com um nítido sentimento de infelicidade ou mesmo depressivo transmitido aos telespectadores, quer os mercados estejam a subir ou a descer. Certamente que essas pessoas também não percebem o alcance das suas intervenções matinais e muito provavelmente estão contrariados nas suas tarefas quotidianas.

Eventualmente serei o único com esta opinião sobre esse tipo de rubrica jornalístico-financeira. Mas sei que um investidor não tem nesses espaços a informação necessária ou relevante para as suas decisões de investimento (opta certamente por agências noticiosas, por canais especializados ou pela internet). Se o intuito era o de educar os cidadãos sobre as temáticas económicas, então deveria falar-se de economia e não de especuladores ou mercados financeiros voláteis e que passados 5 minutos podem estar em sinal oposto, independentemente da análise técnica ou económica de tão consagrados e desmotivados analistas/jornalistas.

A minha conclusão vinda de um mundo mais racional é que esses espaços financeiros têm como objectivo principal a ocupação de tempo de antena. Podia tratar-se de astrologia, musica ou televendas mas optou-se por abordar questões financeiras e especulativas a que todos chamam de economia! De economia não se trata e com utilidade tão reduzida, mais valia reformularem o modelo, as informações e os apresentadores dessas rubricas!



1 comentário:

AindaPiorBlog disse...

Se efectuassem análises à minha conta bancária e à falta de liquidez existente, diria que me tirariam o sono com facilidade.