Todas as manhãs, em todos os
noticiários das estações de televisão generalistas, existem rubricas de
informação sobre os mercados financeiros. Nesses momentos televisivos que uns
descrevem como económicos e outros como financeiros, abordam-se as cotações de
algumas acções, a evolução do preço do petróleo e alguns outros indicadores.
Embora sendo economista, esta
informação noticiosa tem para mim um valor praticamente nulo. As noticias que são
divulgadas nestes espaços informativos têm muito mais a ver com especulação do
que com economia. Saber que a sessão bolsista iniciou com a cotação da EDP a
subir 0.1% tem (pelo menos para mim) uma utilidade menor do que dizer que o autocarro da Carris tem 1
minuto de atraso ou que o preço das couves no mercado de Alvalade está a subir 75
cêntimos por causa da geada da semana passada.
Outra questão relacionada com
esse espaço informativo é a tendência por recorrerem a apresentadores/
correspondentes/técnicos de empresas financeiras (não sei qual o termo mais
adequado) com um nítido sentimento de infelicidade ou mesmo depressivo transmitido
aos telespectadores, quer os mercados estejam a subir ou a descer. Certamente
que essas pessoas também não percebem o alcance das suas intervenções matinais
e muito provavelmente estão contrariados nas suas tarefas quotidianas.
Eventualmente serei o único com esta
opinião sobre esse tipo de rubrica jornalístico-financeira. Mas sei que um
investidor não tem nesses espaços a informação necessária ou relevante para as
suas decisões de investimento (opta certamente por agências noticiosas, por
canais especializados ou pela internet). Se o intuito era o de educar os
cidadãos sobre as temáticas económicas, então deveria falar-se de economia e
não de especuladores ou mercados financeiros voláteis e que passados 5 minutos
podem estar em sinal oposto, independentemente da análise técnica ou económica de
tão consagrados e desmotivados analistas/jornalistas.
A minha conclusão vinda de um
mundo mais racional é que esses espaços financeiros têm como objectivo principal
a ocupação de tempo de antena. Podia tratar-se de astrologia, musica ou
televendas mas optou-se por abordar questões financeiras e especulativas a que
todos chamam de economia! De economia não se trata e com utilidade tão
reduzida, mais valia reformularem o modelo, as informações e os apresentadores
dessas rubricas!
1 comentário:
Se efectuassem análises à minha conta bancária e à falta de liquidez existente, diria que me tirariam o sono com facilidade.
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