quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Para as ruas....rapidamente e em força

O que os acontecimentos de ontem (o desacordo quanto à passagem da proposta de orçamento para 2011) me parecem provar é principalmente uma coisa: os bancos portugueses estão de muito boa saúde. Só isso pode explicar que os mandaretes José e Pedro se possam dar ao luxo de continuarem estas pseudo-negociações feitas de avanços e recuos. Pensei eu na minha inocência que a demonstração pública da reunião da passada semana dos quatro reis magos….perdão, maiores banqueiros de Portugal com o Pedro significasse que o recreio tinha acabado. Enganei-me. Os testas de ferr….perdão, líderes políticos continuam nos seus joguinhos políticos próprios de um qualquer país Sul Americano.

Se a persistência dos juros altíssimos que Portugal está a pagar não leva os bancos a agir de forma firme, é porque a folga que eles têm (para as PPP’s, p.ex.) é bem mais alta do que deixam transparecer. Ou pior, é porque de facto estão apostados em que Portugal caia ainda mais na lama. Como alguns dizem, quanto mais lama, melhores negócios se conseguem fazer.

Já agora, eu gostaria de viver numa sociedade que se conseguisse indignar de forma vigorosa contra todo este comportamento pirómano dos políticos, a total ausência de uma estratégia nacional e a incapacidade de poupar dinheiro e reduzir os desperdícios/abusos. Portugal não tem nada disto. É infinitamente mais fácil o português médio vir para a rua celebrar uma vitória de futebol, do que p.ex. se juntar frente à Assembleia da República e exigir através de uma manifestação (feita após as 18h ou ao fim de semana) que os deputados e Governo façam pelo menos os serviços mínimos das suas funções (como seja aprovar um Orçamento Anual de Estado antes do início do ano). Mas tal como ontem ouvi que um gentleman demora pelo menos quatro gerações a ser criado, também o sentido cívico é algo que não posso esperar que mude de um ano para o outro.    

Sem comentários: