sábado, 15 de janeiro de 2011

Já devia ter saltado a tampa aos pequenos PIGS

Uns dias atrás veio um artigo no NYTimes a falar sobre a já típica e normal (para muitos) falta de perspectiva e oportunidades que muitos jovens dos PIGS (Portugal, Italy, Greece and Spain) sofrem. Tanto mais trágico quando se foca em jovens com formação académica muito elevada.

Existem algumas frases que resumem bem toda a situação:
- "Even before the economic crisis hit, Southern Europe was not an easy place to forge a career. Low growth and a corrosive lack of meritocracy have long posed challenges to finding a job in Italy, Greece, Spain and Portugal. Today, with the added sting of austerity, more people are left fighting over fewer opportunities. It is a zero-sum game that inevitably pits younger workers struggling to enter the labor market against older ones already occupying precious slots";
- "Today, young people in Southern Europe are effectively exploited by the very mechanisms created a decade ago to help make the labor market more flexible, like temporary contracts";

Mas ao contrário da Itália ou Grécia, em Portugal nem sequer existem protestos contra esta situação. E tal como o artigo aflora, em Portugal julgo que a razão para não existirem protestos deve-se ao facto de muita da elite inconformada e desempregada simplesmente emigrar para procurar países onde a sua capacidade seja minimamente reconhecida. Como numa panela de pressão, o vapor vai saindo, o que impede que salte a tampa à juventude. O pior é que a água vai fervendo e continuando a desaparecer. E à semelhança de uma das jovens entrevista para o artigo do NYTimes (uma italiana de 29 anos, com um Bs em direito, um mestrado na Alemanha, um estágio no Tribunal Europeu de Justiça, e que fala 5 línguas), cada vez mais aumenta o número de jovens que diz: "If I had it to do over again, I wouldn’t go to college and would just start working".  Péssimo e condenado é o país que não premeia quem investe o seu tempo em formação.

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