quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Preço da gasolina

Nos media só se fala do preço da gasolina estar na casa dos 1,5€, e de como as pessoas são prejudicadas. Pior estão as empresas que, tirando as que podem ir a Espanha, não têm alternativa para os seus veículos a gasóleo. Mas caramba, para os movidos a gasolina há um combustível alternativo chamado GPL que tem metade do custo. Enquanto em Portugal o número de veículos a GPL é residual (se ultrapassar os 50.000 já é muito), há países na Europa onde passa a barreira do milhão. Além de ser mais barato, polui menos e aumenta a longevidade dos veículos. Com tantas vantagens, qual a razão de tão pouca adesão e de tanta irracionalidade?

Em primeiro lugar, deve ser só em Portugal que as pessoas são obrigadas a colocar um autocolante para informar os outros que se tem um carro a GPL. Mas mesmo que o Estado (ou as gasolineiras ou ambos) não tivessem imposto esta parvoíce do autocolante, sei que na mente do português típico andar com um depósito adicional de combustível no carro é um desprestígio tremendo para o seu status. Vamos que o Antunes do 3º esquerdo descobre que afinal o Golf anda a GPL? Nada disso, o português prefere andar a comprar carros a gasóleo (supostamente para poupar no combustível) para depois passar longos quartos de hora em filas de bombas de gasolina de hipermercados em Corroios ou no Cacém.

Em segundo lugar, a última coisa que o Estado quer é que os carros tenham maior longevidade. Os brutais impostos arrecadados à custa da venda de carros novos tira todo o incentivo ao Estado para defender que as pessoas usem um carro durante mais tempo.

Em terceiro mas o mais importante, actualmente o preço do GPL anda na casa do 0,70 € por litro. Mais do que isso ganha o Estado em impostos por cada litro vendido de gasolina. Está bom de ver que se em Portugal o GPL passasse a ser popular, era provável (com 110% de certeza) que os impostos sobre este combustível disparariam em flecha.

Ps: Não era já altura de mudar o nome de bomba de gasolina para estação de gasolina? É que p.ex. dizer a um estrangeiro que se “vai à bomba” soa esquisito e/ou perigoso.

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