Hoje Portugal vai em peregrinação a Berlim. Não é apenas o Primeiro-ministro. Vai também o Ministro das Finanças e, com ele, todos os contribuintes do país.
Vamos cabisbaixos, de joelhos e com o peso da culpa de quem se portou mal, de quem reconhece o erro mas que irracionalmente voltaria a errar se estivesse em posição de mudar as palermices do passado. Sabíamos que o défice tinha de ficar abaixo dos 3% mas chegámos aos 9%. Aceitámos manter uma divida pública abaixo dos 70% mas andamos próximo dos 90%...
Gastámos dinheiro que não tínhamos, prometemos mundos e fundos e aproximámo-nos do abismo com um deficit colossal e uma divida pública ainda por quantificar correctamente.
Algumas pessoas avisaram para este cenário. Outros, chamaram-lhes velhos do Restelo e chutaram para canto. Assumiram as divergências e deram a cara por manifestos de índole keynesiana e a favor dos grandes investimentos. Usaram o título de economistas para credibilizarem as suas posições faraónicas. Diziam que o endividamento não devia colocar em causa os investimentos e o futuro do país. O título do documento era «Portugal necessita de investimento público estratégico. Parar é sacrificar o futuro».
A minha pergunta é onde estão agora esses economistas?
Nesta hora em que rastejamos até Berlim, o que é feito destes optimistas de vocação que assinaram tal documento?
Não tenhamos memória curta! Os nomes são públicos (basta clicar no link acima transcrito). Alguns estão no Governo, outros em empresas públicas, construtoras…
O princípio da responsabilidade deveria impeli-los de assumirem o erro do manifesto que escreveram, a falácia do princípio que enunciaram e a renúncia às contas que obviamente não fizeram para apoiar as suas posições.
Aqui neste blog não esquecemos estes documentos nem os seus autores. Porque um manifesto não pode ser apenas uma forma de ganhar notoriedade e, enganando os portugueses, ganhar eleições a qualquer preço.
“Parar é sacrificar o futuro!” (diziam no final do manifesto)
Mas não ver o problema não será residir na mediocridade de quem prefere não saber (e ser falacioso), do que admitir a realidade!
1 comentário:
Alípio Magalhães – (Presidente do PS Cascais e vereador da CMC)
Almerindo Marques – Estradas de Portugal
Aníbal Campos – Presidente da Silampos
António Mendonça – O “líder” disto, ex-director do ISEG e actual ministro das obras públicas
António Romão – professor no ISEG
Carlos Correia da Fonseca – actual secretário de estado dos transportes
Emídio Rangel – o homem que tanto vende sabonetes como presidentes
Fernando Freire de Sousa – Marido da Elisa Ferreira
Filipe Soares Franco – Opway (construtora de obras públicas do BES)
Francisco Murteira Nabo – ex-bastonário que tanto fez pela ordem dos economistas e pela profissão
Ivo de Pinho - ????
João Abel de Freitas - ????
João Carvalho – Professor no ISEG
João Confraria – Director centro de estudos aplicados na FCEE-UCP
João Figueira de Sousa – Professor em Geografia Económica Social na Univ. Nova
João Pargana – Professor no ISEG
Jorge Armindo – Amorim Turismo
Jorge Landeiro Vaz – Director do MBA do ISEG
José Consiglieri Pedroso - ????
José Maria Brandão de Brito - ~Técnico depart. Estudos económicos do Banco Portugal
José Penedos - REN
Júlio Rendeiro - ????
Luís Nazaré – Professor no ISEG
Manuel Ennes Ferreira – Professor no ISEG
Manuel Farto – Professor no ISEG
Manuela Silva – Ex- professora no ISEG e actual vogal do conselho geral da Universidade Técnica de Lisboa
Miguel Henriques – Administrador do Grupo Lena (construção)
Norberto Pilar – Ex.presidente da TAP
Sérgio Figueiredo – Fundação EDP
Sérgio Palma Brito – Director da confederação turismo português
Victor Martins - ?????
Devo referir que há aqui uns nomes que me surpreendem, pois não sabia que eram tão qualificados para falar sobre obras públicas. Pronto, e um terço das pessoas são professores no ISEG, onde o líder do manifesto era à altura o director. E que grande acaso, virou Ministro...das Obras Públicas.
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