Há uns anos atrás, dizia-me uma grande amiga (que eu espero que leia o Dinamizar regularmente), não a propósito de Economia, que "a imaginação suprime a falta de informação". Uma frase cheia de bom senso. Estudos sobre os lápis azuis das ditaduras mostram que, não só as pessoas procuravam imaginar o que fora suprimido, com tendiam a supor tratar-se de algo bem mais escabroso e/ou subversivo do que na realidade era. Assim sendo, escapa totalmente à minha compreensão o facto de não se fazer já uma auditoria às contas do país, alegando que a mesma teria repercussões negativas sobre os mercados financeiros. É que esta justificação é o equivalente a dizer aos tais mercados "nós andamos a fazer de vocês parvos, a atirar-vos aos olhos a areia da contabilidade criativo-fraudulenta e isto está muito pior do que pensam". Qual é a ideia???!!!
2 comentários:
O que penso disto já o expressei aqui: http://www.sedes.pt/blog/?p=3290.
O meu ponto principal é que até início de Junho é praticamente impossível fazer uma auditoria séria e completa às contas públicas portuguesas, pois nem sequer existe uma inventarização completa das obrigações que o Estado tem. E daí não aceitar o argumento de quem faça depender a discussão de propostas para sair do buraco onde estamos da realização de auditorias às três pancadas.
Eu suponho que precisasse de mais tempo. Até porque primeiro têm de descobrir quantas fundações públicas existem, quantos funcionários empregam, etc., que aparentemente são grandezas insondáveis. Explicar isso é, contudo, diferente de justificar a não auditoria com o susto dos mercados financeiros. Parece-me um bocado o direito à não auto-incriminação, que, quando invocado, me sugere logo estarmos perante um criminoso.
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