segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Carta aberta a um assessor de Passos Coelho (qualquer um serve!)


Caro assessor do Sr. Primeiro Ministro,

Não sei qual a sua formação e desconheço se a sua experiência foi relevante para ter sido escolhido como portador de pin…..desculpe-me…assessor! Também desconheço se o Dr. Coelho lhe dá ouvidos ou se é obrigado por alguém a ler comunicados que outros terão escrito…mas isso agora não interessa!

Sem querer ser mal educado ou rude, gostaria de dar alguns conselhos que poderão ter utilidade para o seu futuro na profissão:

Os portugueses estão cansados de saber as condições difíceis das contas públicas nacionais e que os culpados são vários. Estão ainda fartos de ouvir políticos a falar sem dizer nada de jeito só para ocupar tempo de antena (e não estou a falar apenas do actual primeiro ministro nem apenas dos membros da coligação).
Os cidadãos portugueses até estão na disponibilidade cívica de contribuir para a resolução desses problemas, sem histerias, convulsões sociais ou clivagens partidárias. Mas os portugueses não podem ser adormecidos com discursos vazios de conteúdo ao mesmo tempo que as medidas relevantes não são explicadas convenientemente. Não podem ainda levar com areia nos olhos sobre austeridades, crises, desemprego e dificuldades quando têm “bons exemplos” de promoções nos possuidores de cartões partidários, utilizadores de avental em reuniões nocturnas e amigos de longa data!

Nesta fase, os portugueses precisam que alguém faça o balanço das medidas tomadas antes de ouvirem qualquer anúncio de novas restrições. Os cidadãos deste país são bem comportados por natureza mas não tentem abusar da paciência das suas reacções!
Não chega ter os representantes dos partidos da coligação a transpirar nas justificações bacocas às medidas de austeridade nem desculpar tudo e mais qualquer coisa com a troika, com o tribunal constitucional e com a senhora Merkel. Pior ainda é utilizar a página do Facebook para justificar medidas de politica universal, evitando comentários dos portugueses que não são amigos do Dr. Coelho nessa rede social (mas que também lhe pagam o ordenado mensal). E também não é suficiente termos uma oposição a criticar tudo mas que não detalha o que realmente propõe como alternativa. 

Senhor assessor, diga ainda ao Dr. Coelho que, à parte dos erros políticos, há outros assuntos que deveria repensar seriamente. Por exemplo, porque não restruturou o Governo enquanto estava numa onda positiva de apoio politico? Porque não teve a coragem de eliminar as Juntas de Freguesia na totalidade? Porque tarda em restruturar a administração pública? Porque não cria incentivos para fomentar uma maior rapidez na justiça? E porque não percebe que é necessário inventar algo fashion que sirva de âncora ao desenvolvimento do país? Se quiser sugestões, dê-me uma parte do seu salário que eu faço o seu trabalho!

…e essa medida de restruturação da TSU até poderia ter algum impacto benéfico em países nódicos mas, no caso português, mais facilmente arruinará muitas PMEs do que estimulará a criação de empregos. É que o consumo interno vai ter um choque depressivo e será inevitável o decréscimo de receitas de impostos. Em termos técnicos pode até ser um novo plano Marshall mas na economia tuga, será o início do declínio do coelhismo!

Se o Tó-Zé fosse melhor, os portugueses ainda teriam uma réstia de esperança mas veja lá se orienta o "homem" senão começaremos a ter manifestações a exigir uma vassourada nos políticos todos e que os “troika boys” passem a efectivos na gestão deste retângulo atlântico!

Senhor assessor, em política, nada é pior do que a incerteza do rumo de uma liderança, associada à perda gradual de confiança da base de apoio.

Recomende ao seu assessorado que tenha um pouco de bom senso e se rodeie de pessoas capacitadas para os desafios que se seguem! É que o problema orçamental pode deixar de ser o dossier crítico do governo e perder o seu estatuto para a segurança, para a defesa ou para a segurança social….ou todos juntos!
Já que o Sr. Presidente da República não dá um murro na mesa, veja lá se consegue fazer qualquer coisa para justificar o seu ordenado… e o dos seus colegas!


Faça qualquer coisa de útil pelo país e pelos cidadãos que lhe pagam no final do mês!

Se não conseguir, então demita-se e dê lugar a outros!




ps: esta carta não foi enviada a ninguém, pelo simples facto de desconfiar que não lhe dariam qualquer relevância!




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