terça-feira, 30 de outubro de 2012

Aumentar o prestigio da classe política com uma reduçao do número de deputados



Em relaçao ao intenso debate que se seguiu ao artigo “Politico, Militares e Sacerdotes”, tenho que admitir que acho que as regalias dos políticos nao sao um grande problema. Pode ser que saber que os politicos ganhem menos ou poupem mais nos faça sentir melhor, mas nao é isso que os leva a pensar em melhores politicas para o país. Também é preciso observar que mudar de políticas para o país é bem distinto de punir os políticos anteriores. O Salazar chegou a morrer por acidente, mas as suas políticas infelizmente nao...

E ademais a discussao dessas coisas em tempo de crise incentiva um efeito "holier than thou" que pode facilmente degenerar em circo e espetáculo. Género uma equipa de deputados reduz o BMW para Audi e aparece no telejornal. Depois se calhar na semana seguinte um outro partido diz que comprou apenas um Citroen e sai no telejornal. Na semana seguinte aparece um politico no telejornal dizendo que só anda de Metro e a pé. Depois vem outro dizendo que dá 50% para a caridade e os outros nao. Aliás, já vimos um circo parecido quando o Bloco de Esquerda dizia que nao usavam gravatas para poupar ar condicionado. Depois veio a Ministra da Agricultura dizer que aplicava essa medida ao seu Ministerio. Será isso mesmo o que queremos? Políticos que andem atrás do telejornal e de parecer santos? Nem me recordo dos jornalistas perguntarem à Ministra qual foi o número de euros poupados pela medida. O circo mediático era mais importante que saber os beneficios quantitativos da proposta.

Na minha opiniao reduzir o número de deputados ajudava muito mais a resolver os problemas. Por exemplo, o Chile (um país com 17 milhoes de habitantes) só tem 130 deputados. Isso significa que para um deputado ser eleito tem de ter 3 vezes mais votos que em Portugal e 5 vezes mais que na Suécia.

E posso dizer-vos que o efeito dum pequeno número de deputados no prestigio da classe politica é imenso. Como sao necessarios muitos votos no distrito para se eleger o deputado, isso significa que sao todos nomes conhecidos. Os partidos nao se atrevem a colocar o filho de alguém na posiçao 7 da lista do distrito, porque só vao eleger dois ou tres deputados. Antes pelo contrário, cada partido apresenta todos os seus pesos pesados e existem vários ex-presidentes da república que se candidatam a deputado. Nos distritos eleitorais mais importantes muitas vezes o dirigente do partido candidata-se a deputado e aponta um número 2 para a Presidencia da República (que é Presidente e Chefe de Governo, como o nosso Primeiro Ministro). O actual Presidente da República Sebastian Piñera é efectivamente o número 2 na sua coligaçao partidária, porque o número 1 candidatou-se a deputado! O pequeno número de deputados garante que efectivamente os jornalistas e o eleitorado conhecem os seus deputados e que projectos ou leis promoveram. Todos os deputados tem de apresentar o trabalho feito ao eleitorado dizendo “participei na redaçao das leis X, Y e Z”.

O número de deputados reduzido também garante que existem poucas faltas no Parlamento, uma vez que todos os votos contam e os colegas de partido chateiam-se com quem nao aparece. Claro, isto é só a minha opiniao, mas acho que existem formas bem mais ilustres de convencer os nossos deputados a serem mais activos e defenderem o bem comum.

Ademais, eu penso que o habitual argumento de que é necessário ter muitos deputados para garantir que cada cidade está bem representada no Parlamento parece-me actualmente um pouco caduco. Quando se criaram os parlamentos europeus no século 19 os meios de transporte eram rudimentares e lentos. Assim, acredito que havia uma vantagem em ter muitos deputados de forma a garantir que existia gente das mais variadas cidades e origens. Outro problema era que nao existiam eleiçoes autárquicas na maioria dos países e por isso os deputados eram muitas vezes deputados da naçao e defensores do seu eleitorado local. Mas hoje acho que se pode argumentar que este tipo de vantagem é bem menor do que antes.

Carlos Madeira
Economista do Banco Central do Chile
O artigo reflecta meramente a opiniao pessoal do seu autor.

38 comentários:

Paulo Santos Monteiro disse...

Ola Carlos,

Post interessante e concordo que o numero poderia ser reduzido em Portugal. Mas qual é o número optimo? Acho que seria importante no teu post também incluir algo sobre o benefício marginal de um deputado adicional. Ocorre-me por exemplo, 1) Vantagens comparativas na discussões de especialidade 2) Um maior número de "sinais privados" recebidos por cada grupo parlamentar pode melhorar a qualidade da informação ao dispor de cada grupo parlamentar; 3) O facto de haver muitos deputados significa que se pode faltar de vez em quando, e isso reduz o custo de oportunidade de ser deputado e portanto pode aumentar os incentivos para os mais competentes... O que achas?

Nuno Vaz da Silva disse...

Parece-me que a redução do numero de deputados deve ser enquadrada com outros problemas e vou dar alguns exemplos:
1 - Se tivermos menos deputados, teremos partidos que terão menor representatividade;
2- O numero de deputados afasta a discussão sobre outras questões, a meu ver, mais pertinentes, como o regime das incompatibilidades (sabiam por exemplo que um deputado não pode ser professor mas pode ser consultor num escritório de advogados com interesses na legislação que esse mesmo advogado redige?)
3- se o numero de deputados for reduzido, mantendo-se o esquema da proporcionalidade, determinadas regiões ficarão sem deputados e sem representação (actualmente, Portalegre elege apenas 2 deputados) Com essa eventual redução ficaria sem nenhum??
4- a redução do numero de deputados não fará aumentar a qualidade dos mesmos se o sistema politico se mantiver inalterado
5- Porque não mexer antes nos circulos uninominais ou na permissão para que grupos de cidadãos ou movimentos se candidatem a Deputados? Com um aumento da concorrência, provavelmente teríamos maior eficiência eleitoral!
6- mesmo numa empresa, se tivermos um reverse split das suas acções, não será por isso que a empresa ficará melhor ou que as suas acções valorizem. Será que no numero de deputados, aconteceria uma melhoria da democracia ou esse é apenas um assunto mais fácil de debater do que a revisão do sistema politico e a promoção de uma melhor divisão de poderes que reveja o presidencialismo de primeiro ministro onde estamos metidos?

Carlos Madeira disse...

Oi Nuno e Paulo,

Em relacao ao baixo número de deputados por distrito, eu julgo que Portugal poderia reduzir o número de circulos eleitorais de 20 para 15, concentrando os circulos mais pequenos com outros adjacentes. Nao me parece uma má ideia e iria assegurar uma representacao proporcional do país. Nao vejo qual a utilidade de Portugal, um país tao pequeno, ter tantos circulos eleitorais.

Em relaçao aos pontos do Paulo, eu acho que estao muito bem feitos. Respondo aqui :

1) Os debates da especialidade nao seriam prejudicados por um menor número de deputados, porque na prática já me parece que é uma minoria de deputados que discute quase todas as especialidades e existem largos números que votam simplesmente de acordo ao partido. Repara que também nada impede cada partido ou deputado de contratar estudos ou pareceres de certas matérias especializadas, seja junto de professores universitarios ou consultoras. E claro podem contratar mais que um estudo e depois reflectir sobre ambos.

2) Ainda percebo que nos tempos da Regeneraçao ou da 1ª República nao existiam nem autarquias eleitas nem sondagens locais. Por isso, os deputados de cada circulo serviam de certa forma como representantes locais e como uma pequena sondagem dos eleitores da regiao. Mas actualmente existem autarcas e a grande maioria dos assuntos da assembleia diz respeito a problemas gerais da naçao, nao das localidades. O INE também recolhe varias estatisticas de cada regiao e circulo eleitoral, logo creio que existe informaçao abundante para os deputados saberem os efeitos das politicos junto do seu eleitorado mais especifico.

3) Isto digo-o um pouco como opiniao subjetiva. Eu creio que uma pessoa misturar dois ou mais trabalhos importantes num dia ou numa semana é uma boa forma de fazer trabalhos mediocres nos dois lados. Uma pessoa está 4 horas numa parte, perde 1 hora de almoço e 1 hora em transito, chega ao segundo trabalho e só faz 2 horas, ou seja entra e sai.

Eu creio que existem outros esquemas melhores para reduzir o custo de acçao dos deputados. Repara que os partidos podem alternar os deputados (desde que seja com o acordo deles). Ou seja, o deputado A pode servir 6 meses do ano e o deputado B servir os outros 6 meses. Isso facilita a vida e enriquecimento profissional de ambos os deputados, mas ao mesmo tempo obriga-os a concentrar-se nos trabalhos da Assembleia.

Admito que nestes pontos é a minha avaliaçao subjetiva, claro. Pode muito bem ser que uma análise mais profunda viesse a dar outra conclusao.

Josá Lapalice disse...

Deputados a alternar de 6 em 6 meses. É uma ideia.

Na verdade, se pensarmos noutros significados para alterne, um deles passa por ter mulheres a estimular clientes a consumir. E de certa forma, foi isso que os deputados fizeram com os portugueses: incentivaram-nos a consumir, a consumir.

Pedro Antunes disse...

A questão das regalias e do número de deputados é maioritariamente simbólico. Serem 100, 200 ou 300 é igual. A questão está no respeito que esses deputados mostram pelo cidadão que os elege. Nesse campo, e não faço qualquer intenção de entrar em comparativos: os nossos deputados são muito maus, em geral. Sabem pouco das pastas, informam-se pouco e usam e abusam do seu estatuto.

Também não vou opinar se menos dá mais prestígio. Nem percebo a relação que tem número de votos conseguidos versus prestígio. Independentemente do número de pessoas que votaram num palerma, ele continua a ser um palerma! Teria de ver isso baseado em casos concretos.

Mas a discussão dos Audis ou dos BMWs é relevante no sentido em que, de facto, um deputado pode ir para a AR a pé ou de transportes públicos... ou de transporte próprio. Também podem ser alojados em casas para o efeito, ou receber uma renda equivalente para um T1 em Lisboa.
Não penso isto porque o país assim se livra da dívida, mas porque só assim dão o exemplo! Ou não acham fantástico andarem para aí a promover a redução da dependência no petróleo e com iniciativas para utilizar Transportes Públicos e Carros eléctricos e depois andam todos de carros de alta cilindrada!?

Carlos Madeira disse...

Bem, eu acho que obviamente o número de votos está claramente relacionado com o respeito que o político comanda. Nao é obviamente o único aspecto importante, mas é um deles. O ponto é que haver poucos deputados a ser eleitos aumenta muito mais a competiçao pelos votos do cidadao e incentiva os deputados a serem mais activos e mostrar respeito e accoes concretas dos seus mandatos. Em circulos eleitorais como Lisboa que tem 47 deputados é óbvio que existem muitos incentivos para os deputados serem pouco activos. Aposto que a maioria das pessoas conhece os 5 deputados mais activos do partido em que vota, mas ninguém conhece o deputado nr 20 da lista.

Repara que muitos candidatos presidenciais derrotados afirmam que conseguiram os seus objetivos porque tiverem 10% ou 20% dos votos. Eu nao sou político, mas consigo imaginar que fazer campanha e convencer os eleitores a darem-te o seu voto é algo dificil e de respeitar.

E o respeito do número de votos comanda sempre uma autoridade democrática especial. Todos conhecem o Presidente dos EUA ou o Primeiro Ministro de Inglaterra. Mas ninguém conhece o presidente da American Economic Association ou da Royal Economic Society. Os presidentes dessas associaçoes sao certamente académicos e cientistas de grande respeito, eleitos por pares académicos bem qualificados. Mas certamente nao comandam o respeito democrático de um presidente eleito pela sociedade em geral, mesmo quando o representante eleito pela sociedade tem menos qualificaçoes. O Obama tem um curriculo académico bom, mas nao impressionante, e tem um curriculo profissional relativamente fraco, mas o seu curriculo politico e o ter sido eleito por dezenas de milhoes é obviamente algo dum alcance gigantesco. Nenhum presidente duma junta de freguesia por mais qualificado e inteligente que seja comanda o respeito de dezenas de milhoes de pessoas.

Pedro Antunes disse...

O facto de convencer pessoas a votar nele apenas me diz que ele é bom a por pessoas a votar nele. É bom não esquecer que, em democracia, o que merece respeito é o cargo e não a pessoa. A "despersonalização" dos cargos é um dos movimentos mais relevantes do movimento do despotismo para a democracia. Por isso não interessa se as pessoas conhecem o 20º ou não (que podem conhecer com alguma facilidade), até porque cada democracia tem formas de votar para cargos políticos diferentes das outras. Não é essa fórmula que faz um deputado mais ou menos prestigiado. Aliás, não é a pessoa "deputado" mas o cargo que merece respeito. Por isso é que podem mudar.

Carlos Madeira disse...

Aqui eu nao me queria referir a uma questao de personalizaçao do cargo, mas sim de produtividade marginal.

Em geral nas organizaçoes o capital fisico e financeiro é abundante e o capital humano é escasso. Tu podes ir buscar 1 milhao de euros ou 1 biliao de euros ao mercado a um preço (taxa de juro quase igual) e o último euro tem uma qualidade igual ao primeiro.

O capital humano (ou "talento dos gestores") é mais escasso e tem produtividades marginais decrescentes. Buscar 100 trabalhadores bons é dificil, buscar 250 ou 1000 ainda é mais dificil. Por isso, a qualidade humana (ou produtividade marginal) do deputado numero 20 da lista é tipicamente bem inferior à dos primeiros.

Existem duas formas de aumentar a qualidade dos politicos do Estado, de acordo à teoria económica: 1) aumentar salarios e regalias (politicamente dificil); 2) restringir o número de politicos ao pessoal com alta produtividade marginal.

Admito que reduzir regalias pode afectar algumas coisas, como a popularidade ou honestidade dos candidatos, mas nunca melhorar a sua qualidade técnica.

De qualquer forma, o sistema actual nao impede que haja um partido politico que se candidate dizendo "vamos acabar com as regalias dos politicos e governar melhor". Infelizmente, o que isto me diz é que nao temos em Portugal esse grupo de pessoas de ética e qualidade elevada para gerir o nosso Estado, ou que este grupo existe mas nao está disposto a candidatar-se. Assim nao me parece uma opcao realista esperar por um grupo politico que governe bem e com poucas regalias.

Pedro Antunes disse...

Carlos,

Quanto a produtividade marginal estamos de acordo, mas não foi isso que escreveste. No entanto é preciso perceber que países em estágios diferentes de desenvolvimento têm necessidade de mais ou menos deputados, dado que têm uma quantidade e tipo de "trabalho" por fazer diferente.

Em relação às formas de ir buscar bons políticos acho que estás muito ao lado. Por um lado aumentar os salários e regalias resultaria se houvesse uma ligação mais directa entre votos e a responsabilização do deputado (que não há). Por outro lado quem escolhe os elementos para deputado são os partidos e não os cidadãos. Quem esteve ou está num partido sabe que as motivação pouco ou nada têm a ver com a qualidade dos mesmo para exercer a função, mas sim a sua qualidade para angariar votos.
Antes de irmos para um sistema que compensa bem os deputados temos de ir para um sistema em que os deputados têm menos regalias e que obrigue os mesmos a ter um currículo decente no "mundo real". E sim, eu percebo a dificuldade desta proposta e também a questão perversa que seria ter como deputados apenas pessoas financeiramente independentes.

Em Portugal, como em todos os países, temos pessoas com ética, qualidade e afins para gerir o nosso Estado. Alguns até conseguiram chegar ao parlamento. Cuidado com as generalizações! Políticos corruptos e incompetentes ou popularistas há em todos os países! Os mais desenvolvidos têm é uma infraestrutura política com mais controlos e mais madura!

Carlos Madeira disse...

O meu texto refere produtividade marginal decrescente de forma implicita. Eu refiro que reduzir o número de deputados conduz a eleiçoes mais competitivas e a um melhor pool de candidatos. A reduçao do número de deputados também cria mais responsabilidade dos deputados pelas suas acçoes e votos, como digo no texto. O deputado nao pode dizer ao eleitorado que aprovou leis e projectos sozinho, mas pode dizer quais foram as comissoes em que colaborou mais e cujos projectos foram de su co-autoria. Isto é algo que ocorre no Chile, uma vez que em cada circulo as pessoas só se preocupam com 5-9 deputados e nao 15 ou 40 deputados.

Tens razao. O problema de seleccionar um corpo de deputados com qualidade e ética é algo geral a todos os países democráticos, incluindo EUA, Reino Unido, Itália, França, e até mesmo Chile e Suécia. Portugal tem obviamente deputados de ética e qualidade. O que eu me refiro no texto é que estes nao sao em número suficiente para influenciar o Parlamento numa lei de reduçao de regalias.

Mas penso que a reduçao de deputados é melhor que adicionar esquemas de reduçao de regalias, uma vez que nao necessitas de controlar burocraticamente tudo o que as pessoas fazem depois de eleitas. Na Suécia nos anos 90 obrigaram uma deputada conhecida a demitir-se por comprar fraldas de bebé sem autorizaçao, mas houve deputados com despesas aprovadas pelo gabinete do Parlamento com objetivos bem mais luxuosos. Eu creio que estas regras de controle de regalias na prática sao dificeis de aplicar bem e muitas vezes sao aplicadas quando é politicamente conveniente.

De qualquer forma, creio que a reduçao do número de deputados é politicamente mais fácil que a reduçao de regalias. Eu digo isto pelo seguinte: se tu reduzes o número de deputados, pelo menos podes contar com o apoio dos melhores deputados e que vao continuar a ser eleitos; mas no caso de reduzires as regalias, podes ter de enfrentar a hostilidade de todos os deputados! Repara que o proprio Passos Coelho e Paulo Portas chegaram a defender a reduçao do número de deputados em campanha, o que revela ser pelos menos uma opçao em estudo por estes.

Carlos Madeira disse...

Um ponto extra para a reduçao de deputados. Se tu queres reduzir as regalias ou luxos indesejaveis através dum Gabinete de Aprovaçao de Despesas, é necessário ter em conta que é mais fácil controlar 100 ou 130 deputados que 230 deputados ou 350 como na Suécia. Isto deve-se à produtividade marginal decrescente das pessoas que controlam os gastos do Parlamento e que por isso estas tem um controle muito menos eficaz sobre um grande número de deputados. Pensa numa secretária que tem de aprovar papeis para 350 pessoas. Existe um incentivo para assinar tudo o que está à frente e ser menos criterioso do que com papeis de apenas 100 pessoas.

Um exemplo disto no Chile. Um deputado de grande importancia do Governo teve um acidente durante uma viagem parlamentar e apesar disso o seu seguro de saúde de viagem parlamentar nao lhe pagou os gastos de hospital. Porque? A secretaria do Gabinete de Despesas observou que a data da hospitalizaçao era na tarde de um Domingo e que a causa era um acidente de moto, logo era um acidente nao relacionado com a viagem parlamentar. Este tipo de inconsistencias nos papeis dos deputados é bem mais dificil de verificar se tens muitos deputados. Logo ter 100, 200 ou 300 deputados, sim, faz diferença se queres controlar as regalias e luxos que estes usam.

Carlos Madeira disse...

Uma outra observaçao em relaçao à tua proposta alternativa:

"Antes de irmos para um sistema que compensa bem os deputados temos de ir para um sistema em que os deputados têm menos regalias e que obrigue os mesmos a ter um currículo decente no "mundo real"."

Percebo a hostilidade contra politicos inexperientes, mas penso que é uma proposta dificil e que poderia ser vista por alguns como anti-democrática.

Repara que a proposta poderia excluir pessoas jovens e com menos curriculo. Também poderia excluir pessoas com menos conexoes profissionais. Estilo alguém pode querer candidatar-se dizendo "Sou mulher, nunca trabalhei, mas quero representar as mulheres no Parlamento." ou "Nunca trabalhei, porque sou jovem e sufri com a crise económica, mas quero representar os desempregados no Parlamento." A tua proposta alternativa também poderia excluir certas ideologias como o comunismo. Alguém poderia dizer "Eu nunca trabalhei em empresas porque sou anti-capitalista. Nunca trabalhei na funçao pública porque sou Anti-Governo Capitalista. Quero representar os que estao Contra o Capitalismo."

A reduçao do número de deputados nao atenta contra camadas sociais desfavorecidas ou certas ideologias. Se o circulo eleitoral está bem desenhado, entao 10% dos votos corresponde a 10% dos deputados. Ademais um menor número de deputados por populaçao é uma soluçao que se aplicou em outros paises do mundo, mas desconheço um país democrático que tenha aplicado a exigencia do "curriculo real decente".

Pedro Antunes disse...

Há uma forma simples de não ter qualquer questão burocrática nas regalias... pagas um salário e pronto! Zero regalias, zero controlo. Não percebo porque é que o Estado deve dar regalias aos deputados quando pode dar um salário bom e pronto! Se os deputados não se sabem governar com o salário então não se candidatem! Assim a questão do controlo não se aplica e os deputados podem usar o SEU dinheiro como querem.

Tu ligas "melhores deputados" a número de votos, mas não explicas como é que chegas a essa conclusão! É que as valências para ganhar votos não são as mesmas que para elaborar leis ou apoiar na gestão do país. Alguns até defendem que são antagónicas.

Permitias a candidatura de um puto de 10 anos que queira representar os putos de 10 anos? E se tiver 14, ou 16? A partir de que idade faz sentido permitir? Porquê ter um limite de idade? Todos sabemos a resposta! Porque um miúdo de 10 anos não tem as capacidades necessárias para exercer as funções de deputado. Um adolescente de 16 ainda usa "clearasil", anda de hormonas aos pulos e não tem maturidade para o cargo!
Mas a que idade faz sentido colocar o limite? Para presidente parece ser aos 35 anos... mas porquê 35 e não 34,5? Há poucos argumentos que suportem esse parâmetro.
No caso dos deputados não me faria qualquer confusão colocar um limite de idade pelo menos tão exigente como para PR... até porque um deputado tem um potencial para afectar a vida dos portugueses mais elevado do que um PR (em Portugal). Uma restrição deste tipo também obrigaria os laranjinhas e os rosinhas a fazerem-se à vida em vez de se imiscuírem nas actividades dos seus partidos. Obrigava-os a ir para o mundo real, perceberem em primeira mão como é que o país funciona, ganharem maturidade, terem filhos... Basta ver algumas das intervenções dos deputados mais inexperientes para perceber a falta de maturidade que apresentam!
Isto não é de forma nenhuma anti-democrático. Todos os cargos públicos têm requisitos mínimos é uma questão de os definirmos.

Mas por acaso em democracia o comunismo não devia ser uma ideologia aceite! Tal como não o é o fascismo em Portugal e o comunismo não é mais do que outra forma de fascismo. É um sinal de maturidade civilizacional ser intolerante com ideologias intolerantes (fascismo sobre todas as formas, racismo, xenofobia...).

Hoje Portugal tem deputados a mais. Isso é mais uma impressão que todos temos (e eu partilho), mas altamente subjectiva. Ninguém pode afirmar isso com certezas como também não é clara a relação de número de deputados versus a sua capacidade! Da mesma forma não há uma relação clara entre regalias e qualidade dos deputados, mas ao menos aí há uma carga simbólica forte em tempos de crise!

Carlos Madeira disse...

Bem, Pedro é assim.

Pagar 0 regalias aos deputados é anti-constitucional na verdade, porque muito do que chamamos regalias de deputados sao na realidade custos subsidiados que todos os trabalhadores beneficiam. Por exemplo, pagar custos de saúde e de viagem relacionados com o trabalho. As pessoas chamam-lhe regalias porque muitos associam uma viagem de Lisboa a Castelo Branco ou ao estrangeiro por missao de trabalho de forma diferente duma viagem entre Lisboa e a Maia, por exemplo. Mas na verdade nao é uma regalia, é o Estado pagar custos do trabalho.

Eu faço todos os anos 3 ou 4 missoes pagas ao estrangeiro (aviao, hotel, comida, e outras coisas), mas muitas vezes até é o meu chefe que define as missoes.

Nestes casos, a diferenciaçao entre "custo de trabalho normal" e a "regalia do povo" depende da avaliaçao dum funcionário responsável e da sua relaçao com o trabalho em causa. Nao é fácil de definir num papel. Por exemplo, no caso dos custos de saúde em viagem pode ser necessário um funcionário verificar

Na realidade este tipo de medida de "reduçao de regalias" versus "reduçao do número de deputados" já era previsto pelos autores da nossa Constituiçao e doutras leis constitucionais pelo mundo. A nossa Constituiçao (como outras pelo mundo) preve como normal uma reduçao de deputados até 150 representantes.

Mas a nossa Constituiçao diz explicitamente que os políticos sao trabalhadores e retirar-lhes "regalias" implicaria certamente mudar a Constituiçao. O motivo é que "retirar regalias" poderia ser usado como ameaça por um Governo autoritário frente a uma Assembleia mais fraca. Por isso esta medida necessita de mais de 2/3 dos votos no Parlamento, algo que nenhuma força politica em Portugal teve para uma medida tao controversa. De acordo ao que propoes de proibir o comunismo e extrema-esquerda estariamos a ilegalizar alguns 15% das preferencias eleitorais dos Portugueses. Portugal deixaria de ser uma democracia neste caso, uma medida bem mais radical do que proponho.

Sim, eu penso que em parte número de votos corresponde a qualidade do deputado. Mas isso é a definiçao de democracia, nao? O deputado serve para representar a populaçao e se as pessoas entendem que ele é o melhor representante, porque nao? Aqui eu creio que deveriamos respeitar as qualidades dos outros e o trabalho dos politicos. Fazer campanha e conseguir votos é um esforço grande e nem todos tem o talento para isso. Nao é algo fácil. Sim, eu penso que isto é uma qualidade das pessoas, ainda que nao obviamente a única qualidade. É como ser "diplomado em Economia ou Direito". Isto é uma qualidade, mas nao a única que existe e merece ser levada em conta pelo eleitorado.

Repara que "curriculo real" em política é diferente duma empresa. Por exemplo, ser mae ou mesmo ser desempregado e ter passado fome pode ser visto pelo eleitorado como uma experiencia válida, mas nao por uma empresa. Se eu sou jovem, desempregado e passo fome posso pensar que alguém com essas experiencias é melhor que um super-profissional, nao?

Por isso, a democracia nao coloca demasiadas "exigencias" ao curriculo dos candidatos, de forma a que os eleitos representem a diversidade do eleitorado. Para o Presidente só elegemos 1 candidato e por isso este motivo de diversidade já nao existe.

Pedro Antunes disse...

Bem Carlos é assim (com este tipo de introdução o que eu tenho para dizer deve ser muito mais relevante e informado do que o que disse o tipo anterior... só pode),

1. O artigo 59 da nossa constituição (Direitos dos Trabalhadores) não fala em ajudas de custo ou regalias. Aliás, no artigo 158º (Direitos e Regalias, dos deputados) é referido como único ponto com real consequência financeira para o estado a alínea d) "Subsídios que a lei prescrever". Significa isto que dar zero regalias é, desde que a lei o prescreva, constitucional. Para ser mais simples na explicação: a questão de dar ou não dar regalias não é constitucional.

2. Só na tua cabeça é que se compara uma viagem de representação, seja no estrangeiro ou interna, como uma regalia no sentido mais coloquial da palavra. Penso que todos aqui estamos a falar do motorista ao serviço em carros de alta cilindrada versus o passe e afins.

3. Artigo 148 prevê 180-230 deputados e não 150. A repartição é pelo método de Hondt onde há uma sobre-representação dos vencedores e como tal não precisas de 50% dos votos para ter mais de 50% dos assentos. Não é menos democrático por isso.

4. Quando é que deixa de ser democracia? É só para grupos com mais de 5%? 1%? Quanto? É que há fascistas em Portugal que são proibidos de se organizar em partido (art. 160ºd; 46º.4). E pessoas que gostem de se organizar em Milícias armadas também não podem! Há pessoas que acham que a democracia não é importante (entre esses o PCP) mas não podem, e bem, candidatar-se ou mesmo organizar-se formalmente em associações.

5. Uma democracia até pode não ter deputados (ler "Modelos de Democracia" de David Held). Um deputado tem a mesma legitimidade democrática (numa democracia representativa) com 100 pessoas ou 1000 pessoas a votar nele. E não são só os votos que o legitimam. Nem o facto da pessoa ser capaz de ter votos demonstra de forma alguma mais do que simplesmente serem capazes de mobilizar pessoas a ir votar. Sim, é uma capacidade interessante, mas também os romanos o faziam na sua república e nem por isso eram democratas, pelo que esta tua limitação da democracia nos votos é um pouco assustadora.

6. Alguém que passe fome, esteja desempregado e afins... porque é que está nessa situação? Se não soube governar a sua vida conseguirá governar um país? A situação de uma pessoa não é só externa, também é interna (em países como Portugal). E existem. O teu ponto é, no mínimo, populista. Primeiro porque já existem requisitos, depois porque limitas "mundo real" a "mundo empresarial" quando não foi isso que eu escrevi. Aliás os meus exemplos até indicavam a questão de ter filhos e ver como é que o país funciona.

A mim não me faz confusão nenhuma ter um carpinteiro ou um Economista como PM. Já me faz confusão ter um Engenheiro com licenciatura duvidosa e que mais nada fez senão a tarimba de juventude partidária e mais tarde de partido. É preciso saber como é que o mundo real funciona antes de ir para o parlamento fazer leis bizarras ou acéfalas que ficam bem na teoria, mas que a realidade rebate! É difícil perceber como delinear esses limites? Sim, mas isso escrevi no terceiro comentário.

Resumindo,
- Regalias para deputados não é um assunto constitucional;
- Ninguém falou em obrigar a pagar viagens em representação do próprio bolso;
- As democracias não são mecanismos perfeitos de representatividade da população, sendo até relevante que sejam intolerantes face a ideologias que ataquem a liberdade dos outros;
- Já há limitações para cargos eleitos, nomeadamente artigos 5 e 6 da Lei eleitoral da assembleia. Adicionar um limite mínimo e outro máximo de idade não me parece mal.

José Lapalice disse...

E porque não limitar mais quem pode votar? Já que se quer limitar com critérios de idade, de maturidade e de terem ou não filhos os candidatos a deputado, também os eleitores deveriam estar sujeitos a estes critérios. E se estivesse desempregado, também não devia poder votar. Se não consegue governar a sua vida, com que autoridade irá escolher aqueles que irão governar a vida de um país?


Obviamente que discordo do limite de idade para qualquer cargo político. Se uma pessoa tem o direito a votar a partir dos 18 anos, também deve poder ter o direito a desempenhar qualquer papel político que uma maioria entenda que ele é uma pessoa indicada para tal.
Se bem me lembro, os últimos episódios mais infames do parlamento não foram de jovens deputados inexperientes.

Carlos Madeira disse...

Admito o meu erro constitucional em relaçao aos 150 em vez de 180 deputados, mas mantem-se o ponto qualitativo de que uma reduçao do número de parlamentares é algo constitucionalmente mais aceitável a nivel nacional e internacional que "cortar o salário de políticos" ou "exigir curriculo real".

100% de acordo com o José Lapalice. Eu penso que já houve modelos de democracia em que se exigiam elementos de "curriculo real", experiencia de vida, e até de um nivel mínimo de riqueza (pagar impostos). Nao sou um experto em ciencia politica, mas parece que esse tipo de elementos era normal nas democracias do século 19. Mas por algum motivo evoluímos todos para democracias mais inclusivas tanto para eleitores como candidatos. Ao contrario do que mencionas eu nao defendo que deviamos votar em candidatos populistas e de pouco curriculo. Defendo apenas que todos temos diferenças de opiniao e por isso as outras pessoas devem ter liberdade de votar em jovens, desempregados, comunistas, ou mesmo pessoas inferteis. Repara que "ser infertil e nao ter filhos" pode ser uma experiencia tao válida como "ter filhos". É dificil definir o que "curriculo real" significa. Eu e outros eleitores somos diferentes.

Em relaçao à definiçao de regalias, penso que em varios dos escandalos de imprensa nacional e internacional dos ultimos 10 anos se mencionava as viagens dos deputados e estadias em hoteis 5 estrelas. Pode ser uma "regalia" que nao te incomoda a ti nem a mim, mas incomoda alguns jornalistas e eleitores. Aliás, o caso da Ines de Medeiros é disso exemplo. A opiniao pública considerava um luxo excessivo ou regalia, algo que varios parlamentares consideravam normal. Também houve o caso do uso do aviao militar pelo Morais Sarmento em que a opiniao pública discordou desse uso para uma missao diplomàtica. O próprio uso do "carro e motorista parlamentar" pode ser visto por alguns como um caso justificado (ou nao) duma despesa de representaçao no caso de deputados que viajam frequentemente em carro.

Esta diferença entre "custo de representaçao" e "regalia" é por vezes subjetiva e necessita de ser avaliada por um gabinete especializado. Por exemplo, para a minha categoria profissional um hotel 4 estrelas é justificado, mas para o Presidente do Banco Central justifica-se 5 estrelas.

Em relaçao à expressao que usaste "Só na tua cabeça é que se compara", considero-a um pouco desnecessária e ofensiva. Mas claro a interpretaçao da língua portuguesa é subjetiva e pode nao ter sido essa a tua intençao. Eu, pelo menos, nao utilizaria esta expressao em discussoes normais com profissionais que respeito.

Pedro Antunes disse...

Lapalice,
É muito diferente limitar quem pode votar ou quem pode ocupar certos cargos. Há imensos cargos que hoje são políticos que nem o deviam ser, dado que são mais técnicos. Mas hoje já existem limitações a quem pode votar como podes verificar na constituição e na lei eleitoral.

Carlos,
Não é verdade que redução de parlamentares é mais constitucionalmente aceitável do que reduzir regalias ou salários. Até porque a segunda nem é uma questão constitucional como podes ver nos artigos que referi.
A mim incomoda-me um deputado viajar em executiva e ficar em hotéis de 5 estrelas. Não disse que não. O que eu disse é que não é a mesma coisa pagar a deslocação e estadia pensando sempre em soluções baratas (hotel de 3 estrelas e económica). São duas coisas diferentes. Categoria profissional ou não, um deputado é um político e tem de dar o exemplo. Se o país está com dificuldades económicas o deputado tem de dar um sinal político de que todos os custos estão a ser espremidos.
Alguns podem ver como justificado o que quiserem. Algo que é muito importante em política é dar o exemplo e não se pode andar a fazer a apologia dos Transportes Públicos quando nunca se andou neles fora de campanha!

A minha expressão "Só na tua cabeça" é mais do que equivalente ao teu paternalista "Bem Pedro, é assim" que aliás ironizei repetindo-a, ou a tua insistência na quantificação para prosseguires apenas com argumentário qualitativo.
A minha expressão é clara: nesta discussão ninguém fez a equivalência que tu dizes ter sido feita, donde se pode entender que só tu pensaste nisso! É como aqueles que ouvem "mangueira" e pensam em tudo menos nos bombeiros!

José Lapalice disse...

Por uma questão de princípio entendo que se uma pessoa é capacitada para votar, também deve ser capacitada para se poder candidatar.
Senão, no mínimo que me cobrem menos impostos, já que tenho menos direitos de cidadania do que uma pessoa com mais de 35 anos.
Discriminar porque uma pessoa tem uma incapacidade mental grave ou porque tem cadastro é uma coisa. Discriminar pela idade (entre adultos) é algo que discordo.

Carlos Madeira disse...

Pedro, para ti sao expressoes equivalentes, para mim nao. O "é assim" escuto muitas vezes, o da "tua cabeça" é implicar que o outro é louco. Existe uam diferença nao equivalente.

Também nao é equivalente para mim que uma pessoa pede para me unir à sua rede linked-in (tal como outros economistas de bancos centrais e acaadémicos) e em menos de 24 horas depois diz que conhece-me, nao me conhece, afinal conhece, e adiciona que "desvaloriza muito os economistas dos bancos centrais e académicos" porque "nao conhecem o mundo real" e sao "culpados das pessoas e empresas nao terem crédito".

Confesso que tais coisas nunca se me tinham passado pela cabeça. Pedir a alguém para se juntar à minha rede profissional e depois escrever-lhe como desvalorizo completamente a sua profissao e os seus empregadores. Disseste isso a outros economistas de bancos centrais e académicos que também uniste à tua rede linked-in na mesma semana? Eles disseram-te que eram comentários normais?

Realmente, pode passar-se isso muitas vezes contigo, mas nao comigo.

Pedro Antunes disse...

Mas Lapalice, neste momento já se faz isso para a presidência e tu tens menos direitos que uma pessoa de 35 anos. E um preso pode votar mas não candidatar-se... Eu percebo o que dizes e até concordo em parte, mas também vejo miúdos no parlamento e isso faz-me alguma confusão! Não tenho uma solução perfeita, mas se aceitamos, enquanto democracia, um limite de idade para PR não me parece um salto exagerado fazê-lo para deputado ou qualquer outra função. Pode haver outro parâmetro ou mecanismo melhor.

Carlos, ser paternalista é, na minha cabeça, pior do que chamar o outro de louco (que não é o objectivo da expressão que apenas quer dizer "só tu é que afirmaste X"). Não vou entrar numa discussão de detalhes de expressões e se não te importas continuarei a desvalorizar o que bem entender nos termos em que entender (curiosamente nunca desvalorizei em específico economistas dos bancos centrais ou que são culpados da situação de crédito pelo que as tuas aspas são um uso abusivo ou uma tentativa de por a tua interpretação na minha boca), da mesma foram que aceito que vais continuar a distorcer o que os outros dizem.
Aprende a ter algum poder de encaixe, algo que demonstraste desde a primeira discussão não ter. É um sinal de maturidade! Claramente tens uma qualquer embirração pessoal. Para mim tanto me dá!

José Lapalice disse...

O meu problema é que eu não aceito que haja o limite de idade para PR. E acho que isso devia acabar. E não ser extendido a outras funções.

Exactamente, qual o problema em haver jovens adultos no parlamento? Não foram só miúdos do PSD e CDS que aprovaram aquela vergonha de orçamento. Não há muitas coisas mais graves do que aprovar um orçamento que se fosse implementado simplesmente destruiria um país.

Se for porque os jovens às vezes têm propostas estafúrdias, também os mais velhos as fazem.

Se for pela linguagem, lembro-me de pessoas mais velhas que no parlamento roubaram microfones a jornalistas, fizeram corninhos, ou que fizeram trocadilhos com o número 69...curioso número.

Pedro Antunes disse...

Certo Lapalice, a questão é que quem lá está hoje (generalização) fez escola nos partidos de pequenos e por isso nunca ganhou a maturidade devida! E claro que a idade por si só não é documento.

José Lapalice disse...

É pela idade não ser um documento que discordo desses limites.

E se me perguntarem quais os piores políticos portugueses vivos, os que eu me lembro têm todos mais de 50 anos. Mário, Aníbal, António, José. Pedro. Ora bolas para a maturidade.

Mas da mesma forma digo, que colocarem um fantoche de 32 anos como secretário de estado das finanças sem nenhuma experiência profissional duradoura relevante só queima a imagem dos jovens na política.

Pedro Antunes disse...

Lapalice, mas parece-me que tu não concebes políticos competentes... estou enganado? :)

José Lapalice disse...

Diz-me 3, 3 políticos competentes portugueses (deputados, ministros, primeiros ministros) dos últimos 15 anos, para não se ir muito atrás.

Os números da economia portuguesa são bastante claros quanto à competência dos políticos de topo que tivemos.

Carlos Madeira disse...

Pedro, creio nao estar a distorcer as tuas opinioes, pelo menos as que escreveste. Vou citar literalmente em baixo. Sim, é um absurdo culpar os economistas de bancos centrais e académicos pela falta de crédito das empresas e pessoas, porque em nenhum país do mundo o banco central entrega crédito a empresas e pessoas. Só entregam crédito a bancos em situaçao de dificuldade financeira e afectam as taxas de juro inter-bancos, mas a nao ser que a pessoa seja cliente de um banco em risco de insolvencia isso pouco afecta os créditos particulares.

Coloco abaixo dois dos comentarios que adicionaste ao teu artigo do Pai Natal. Como ves, sim, expressaste desvalorizaçao por académicos de Economia e bancos centrais. Depois ainda colocas alguma dúvida sobre a justiça dos comentários, mas rapidamente acrescentas que os comentários negativos tem razao de ser. Aceitas obviamente que alguns economistas sao excepçoes à regra! E ainda falas de comentários paternalistas. Tu é que avalias a qualidade de um economista, académico ou politico conhecer ou nao o mundo real, e se este é ou nao uma excepçao à regra de serem maus em geral.

De certo, deves ter enviado estes comentários simpáticos sobre economistas de bancos centrais e académicos à Paula Antao e Amaro de Matos a quem convidaste para a tua rede na mesma semana que eu:

"A minha educação permite-me, quando quero insultar alguém, fazê-lo
sem o uso do palavrão e às vezes sem o próprio se aperceber!
E sim, desvalorizo muito “académicos”. Deixas? E queres que te
explique porquê? Porque são académicos que estão nos FMIs e Bancos
Centrais e a mandar bitates sobre rácios bancários e politicas fiscais
sem olhar para o que acontece às famílias que são despedidas e às
empresas que vão à falência, não por terem um mau produto ou se terem
esticado com endividamento, mas porque o banco nem 5 euros lhes
empresta sem avais pessoais até à quinta geração. E sim, com isso
perdi muito do respeito que tinha pela “academia”. Isso não invalida
que desvalorize todo e qualquer dado venho da academia. Há bons e
maus. Mas como “rule of thumb” tendo a desvalorizar academia sem
qualquer experiência na economia real, sim. (...) Uma pequena nota:
falo aqui da “academia” nas áreas das ciências sociais, como é a
Economia."


"Estou a ser um bocado injusto com os académicos e afins? Aceito que
possa estar a ser. Acho que tenho alguma razão para o ser, mas também
aceito que nem todos os académicos são puramente teóricos e nem todos
os funcionários de instituições como os bancos centrais incompetentes.
Mas sim, penso que muito da crise que hoje vivemos decorre de algum
laxismo no trabalho destes últimos."

Carlos Madeira disse...

Também julgo nao ser uma questao de poder de encaixe. Julgo que é uma questao de consistencia. Tu nao sabes se deves rejeitar os académicos, se deves aceitar, se outra coisa, e por isso tentas contradizer tudo, até mesmo o que acabaste de escrever antes.

Na verdade suspeito que nem sequer sabes se tu mesmo pertences à categoria dos académicos que nao conhecem o mundo real. Neste teu artigo do Jornal i e que adicionaste ao Blog

http://www.ionline.pt/opiniao/dom-das-projeccoes-exageros

revelas que afinal de contas és "Professor de Finanças na Tuck School of Business em Dartmouth ou Consultor de gestão".

Tens criticado aqui no Blog os politicos que aparecem com licenciaturas feitas por conveniencia. Bem, o jornalista Pedro Fernandes Antunes conseguiu terminar o doutoramento, obter um Work Permit nos EUA, e ser professor de finanças de uma das melhores escolas do mundo. E isto em tempo recorde... Aposto que fizeste isto tudo em tempo bem mais rápido que a licenciatura do Sócrates ou do Relvas, e se calhar sem ter dado uma única aula de finanças em parte alguma do mundo. Pelo menos as licenciaturas deles existiam no papel. A tua cátedra de finanças, talvez nem isso.

Pedro Antunes disse...

Lapalice,

Queres 3 que eu considere competentes ou 3 que sejam indiscutivelmente competentes? É que a segunda é difícil, admito. Até porque em muito a "competência" pode ser altamente subjectiva.
Neste momento eu diria que o Ministro Nuno Crato e Paulo Macedo são competentes com limitações. O Secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, também me parece estar a fazer um bom trabalho. Só para usar deste Governo. Há muitos mais e nem sempre na governação.

Mas aceito se não concordares. :)

Pedro Antunes disse...

(And now its personal! Tan tan taaaaan!!)

Carlos,

Conseguiste encontrar UM artigo com um erro e ACUSAS-ME de estar a mentir acerca das minhas qualificações! Fantástico! Esta tua fixação com o meu percurso está a roçar a perseguição!
Noto que já é a segunda acusação que fazes desse calibre - primeiro inside-trader, agora mentiroso! Não fosse eu um fulano tão bem disposto e diria qualquer coisa agora menos delicada! És fácil de acusações.

Esse artigo, no qual o Jornal i me coloca como professor de Finanças, já foi pedido para ser corrigido. Como se calhar não sabes, os artigos são enviados por e-mail, formato word e, depois de editados. Uma pessoa no jornal carrega os dados no back-office do site. Cada bloco do texto é carregado para um perfil e automaticamente fica na edição online e offline. Houve cruzamento de perfis que causou esse erro. Coisas que acontecem no mundo real. Chama-se "erro humano" e acontece no mundo real.

Para que fique claro como cristal:

1. Nunca fui professor. Como podes verificar no meu Linkedin não tenho lá qualquer referência a nenhuma posição como professor.

2. Nunca trabalhei nos EUA, mas já tive um J1 que deverás saber o que é.

2. Não peço desculpas pelos erros dos outros. Como foste exaustivo nessa tua investigação notarás que não existe mais nenhum artigo em que eu não esteja identificado como Gestor, Consultor ou algo do género.

3. O "cherry picking" de dados é fácil de rebater. É um bocado como a história do coxo ou do mentiroso. Para uma pessoa que passa a vida a analisar e tirar conclusões acerca de dados fazê-lo é revelador.

4. Também não sou, nem disse que era jornalista. Apesar de, curiosamente, ter feito uma cadeira na FCSH do curso de jornalismo (no meu último ano do curso de gestão na Nova) nunca me considerei tal coisa!

5. Partilhava no Jornal i esse espaço (quinzenal) com uma pessoa que era, de facto, Professor de Finanças na Tuck School of Business. Estranho que consideres tão complicado alguém ter esse percurso. Essa pessoa, um grande amigo meu, é um ano mais novo que eu.

6. Agradecia que não colocasses em dúvida o meu percurso profissional. Já trabalhei em vários sectores - Retalho, FMCG/Cervejeiro, Consultoria de Gestão, Media, Biotecnologia. Tipicamente em Vendas, Marketing ou Estratégia. Em todos tenho recomendações de colegas ou chefias, salvo nos dois últimos em que eu era a Chefia.
A nível académico: tenho uma licenciatura em gestão e um MBA. Tenho também o Abitur e diploma de liceu. Até andei na primária e num infantário... acho que desses não tenho certificado!

8. Este teu comentário não mostra mais do que falta de honestidade intelectual e antipatia pessoal. Mas se te sentes bem assim por quem sois!

All clear Mr Trump? I was NOT born in Kenya!! http://youtu.be/n9mzJhvC-8E?t=2m29s

José Lapalice disse...

Nuno Crato falhou na questão da avaliação de professores. O problema dos bolseiros de investigação continua enorme. Tem estado acima da média dos ministros da educação, mas não me satisfaz o suficiente.

Paulo Macedo é bom a poupar e a cortar. Está é no ministério errado. Um exemplo: ministério da saúde anuncia vacinas grátis para a gripe para idosos a partir de 1 de Outubro. Vou ao centro de saúde no dia 3 ou 4: dizem-me que só vieram x vacinas, que foram todas num dia e não sabem quando vêm mais. Mas nas farmácias há essas vacinas à venda. Do centro de saúde telefonam-me no dia 30 a dizer que já há a vacina. Depois de eu a ter comprado. Mas pronto, admito que tem sido o melhor ministro. De longe.

Secretário de Estado da Energia, que tem a responsabilidade (não é dele em última análise claro, é do primeiro ministro) de permitir os enormes benefícios às energias renováveis e das rendas excessivas que a EDP beneficia? Situação onde tudo se mantém como dantes com grande prejuízo para os bolsos dos portugueses? Que bom trabalho está ele a desenvolver?

Pedro Antunes disse...

Lapalice,

Crato e Macedo: Não te esqueças que naqueles ministérios o poder não é monolítico. O ministro não pode fazer só porque quer. Tendo isso em conta vejo uma melhoria substancial no potencial desses sistemas. Se não se verificar o que espero concordarei contigo. Ao fim de pouco mais de um ano ainda estou expectante.

Trindade: Discordo contigo. Primeiro porque temos de avaliar a competência no cargo, o que torna a questão de ser ou não ministro irrelevante. Falo dele enquanto secretário de estado. Segundo porque as rendas das renováveis não são da EDP, são dos parques eólicos e afins. Alguns são da EDP, muitos são de outras empresas. Depois porque essas rendas foram negociadas pelo governo de Guterres e Sócrates. Ao estarem contratadas é complicado sair disso. Noto que muitas acabam a partir de 2015 (salvo erro) e a esmagadora maioria não tem subsídio depois de 2020.
Para além disso uma componente das rendas de que se fala são referentes a geração "anciliar" (centrais energéticas que apenas ligam quando se atinge os picos). É preciso tê-las prontas a usar, mesmo que só se usem 5% do tempo.

Pedro Antunes disse...

Ser competente não é o mesmo que não falhar!

José Lapalice disse...

Em Portugal é sempre muito complicado negociar contratos abusivos com privados. Nem o facto de termos um país falido leva a que se altere o que foi mal feito (muitas das vezes de propósito). É assim na energia, assim nas auto-estradas. Talvez porque existam muitos casos como o da lusoponte: quem negoceia do lado do estado, depois vai beneficiar do que negociou no lado do privado.

E ainda sobre a tutela deste secretário, está-se mesmo a ver a porcaria que será a liberalização total do mercado energético. Liberalizações em Portugal dão quase sempre em preços mais altos.

Sobre o Crato, não tenho esperanças num bom trabalho.
O Macedo vai aumentar os custos para os doentes, e desconfio que não vai conseguir melhorar a qualidade. Mas se conseguir aumentar o número de pessoas com médico de família, retiro o que disse. será um grande trabalho.

Carlos Madeira disse...

Pedro,

Eu nao fiz nenhuma acusaçao ao teu colega, ao Obama, ou a ti. É de novo o exemplo da mangueira em que tu pensas em tudo, menos nos bombeiros. No caso do inside-trading nao fiz uma acusaçao a ti. Tu escrevias-me comentários repetidos dizendo que os balancetes estavam disponiveis aos accionistas em qualquer momento, e eu ironizei que nao era verdade fora dos periodos de publicaçao, pois isso seria inside-trading. Foi uma ironia bem normal, nao uma acusaçao.

No caso da assinatura do teu texto chamei a atençao que por vezes cometes erros bem mais sérios do que os outros, mas criticas os erros dos outros de forma muito forte e os teus sao apenas "erros normais". Tens uma diferença de critérios e exageras bastante supostos erros dos outros. Por exemplo no caso deste "erro humano" que tu dizes, em uma instituiçao de exigencia a probabilidade deste tipo de erro seria menor e a correçao seria feita em um dia ou menos, nao ao fim de 6 meses. Se me confundissem com um amigo meu, eu corrigiria a confusao de imediato. Ficaria envergonhado se o erro persistia mais que um dia. E nao daria como desculpa o Trump e o Obama! Estou a ver que para os teus erros qualquer desculpa serve, mesmo que tenha de vir do Trump.

Nao existe nenhuma perseguiçao minha a ti ou antipatia pessoal.

Aliás, se vires bem eu escrevo poucos comentários aos artigos das outras pessoas e quando escrevo em geral é para dizer bem. Os outros Bloguistas sabem certamente que existem pessoas que discordam deles, mas nao necessitam de mim para lhes dizer isso e por isso abstenho-me de manifestar a minha discordancia das suas opinioes. Nos dois comentarios que fiz ao teu texto do IVA, suportei bem as ideias que tu apresentaste, logo nao se pode dizer que tenho antipatia por ti.

Os únicos comentários, talvez mais agressivos que escrevi, foram a "comentários dos meus artigos" ou "comentários de comentários de artigos", logo nao podes dizer que foi uma provocaçao minha a ti.

Além de iniciares discussoes mais agressivas, também alargas as minhas criticas como sendo ofensas gerais. Por exemplo no teu primeiro comentário a um dos meus artigos (ve em baixo)

http://dinamizarportugal.blogspot.com/2012/10/a-transparencia-dos-estados-modernos.html#comments

escreves-te primeiro que eu tinha feito "um insulto à inteligencia dos cidadãos" e depois quando o meu irmao tentou esclarecer que eu tinha feito um comentário informal, mas algo normal, tu adicionaste "é um insulto ao carácter dos cidadãos". Nesta altura nao te podias queixar que eu tinha feito nenhum comentário dirigido a ti ou que mencionava o teu nome.

Aceito que o meu comentário talvez tenha pecado por informalidade, mas um insulto aos cidadaos? Só uns 500 cidadaos em Portugal conhecem o Carlos Madeira, talvez nem isso. Nenhum outro cidadao ademais de ti sentiu-se ofendido, nenhum outro leitor do Blog sentiu ofensa, nada. Por isso, nao sei por vezes como generalizas os meus comentários ao nivel de insultos à comunidade portuguesa ou ofensas à realidade. Só podias estar em busca como já te apontei antes da discórdia pela discórdia, mesmo que fosse em pontos minúsculos que foram exagerados pelos teus argumentos.

És dono da realidade ou tens mais experiencia real que os outros? Nao. Representas os cidadaos de Portugal (isto percebia-se se fosses Presidente)? Nao. Entao se calhar é patético ver os meus comentários (que eram entre mim e o Nuno, nao para ti) como insultos à comunidade portuguesa (afinal eu sou um cidadao portugues tal como tu). Representas o Obama? Também nao. Entao deixa o Obama responder ao meu comentário se ele alguma vez se sentir ofendido com o que eu escrevi, algo bem improvável.

Pedro Antunes disse...

1. Inside Trading é uma acusação muito séria. Eu estou à frente de uma empresa cotada e gosto de clarificar esse tipo questões. Tu até concordas comigo que é uma afirmação séria, dado que parece que apagaste esse teu comentário (ou pelo menos não fui capaz de o encontrar

2. A questão do Jornal i não foi nem é um erro meu. Hoje, como à data da publicação, é algo que está fora do meu controlo e que já foi repetidas vezes pedido para alterar. Não me envergonho de nada que não seja de minha responsabilidade, como é óbvio!
Já agora, não foste tu que me chamaste à atenção dele. Foi algo que no próprio dia da publicação foi pedido para alterar. Expliquei isto em português claro no meu post dirigido a ti.

3. Só o facto de teres procurado o tal artigo é demonstrativo de perseguição. Se fosses uma mulher bonita sentia-me lisonjeado, não sendo é um bocado "creepy".

4. Todos os meus comentários iniciais foram dirigidos à tua ideia (pelo que sei da blogosfera as opiniões são publicas e não uma conversa privada tua com alguém) e não a ti. Daí a estrutura da frase ser seguido de . Um outro exemplo disso é o Lapalice que, se a memória não me atraiçoa, "ataca" de forma agressiva ideias e não as pessoas.
O teu estilo é à pessoa. É válido! Tens é de ter algum cuidado e perceber o contexto da pessoa que insultas, bem como suportar bem a tua afirmação sob pena desta cair no ridículo.

Tu gostas de apontar e chamar à atenção da pessoas. Gostas de te colocar como uma pessoa muito racional, exigente e baseada em factos, dados! Não tenho visto especial suporte numérico e/ou referências a estudos específicos que suportem tudo o que dás como factos (admito que como contribuidor deste blog o fazes mais que muitos, mas menos do que exiges aos outros).

Mas fazemos assim: Eu fico na minha (continuarei a comentar o que me apetecer) e tu na tua (proponho é que te leves menos a sério), que tal? Este namorico já deve andar a aborrecer os outros bloggers e a mim não me apetece ser cortejado! Parece-te bem?

Carlos Madeira disse...

Pedro, Eu nao gosto de te apontar nada e de te chamar à atençao de nada. Fiz algumas ironias com as tuas posiçoes, nada mais.

Perseguiçao e "creepy"? "Get a hold of yourself!"

Nao percebo porque me acusas de perseguiçao, o que é uma acusaçao de um crime sério. Vivo apenas num continente diferente e a alguns milhares de kms de distancia.

Se estás a ser perseguido (obviamente, nao por mim) entao avisa à Policia.

Senao funciona consulta um médico, porque podes sofrer dum caso clínico.

Pedro Antunes disse...

Bom, parece que queres continuar com o namorico!! "No means no"!!!

Noto que apagaste mesmo o teu comentário sobre "inside trading".